Ladrão que roubou 98 doses da Coronavac em SP planejou crime, diz polícia
O homem que roubou, na tarde de ontem, 98 doses da vacina Coronavac, contra a covid-19, dentro de um posto de saúde na zona sul de São Paulo, agiu de maneira premeditada, de acordo com a Polícia Civil.
O ladrão entrou no posto da Vila Império e perguntou quem estava vacinando pessoas. Quando uma enfermeira de 60 anos foi explicar para ele que havia um cronograma de vacinação, o rapaz puxou parte da camiseta, mostrou a arma na cintura e pediu que ela repassasse os medicamentos.
A ação durou menos de 2 minutos, de acordo com a enfermeira. Na saída, ele ameaçou a enfermeira, dizendo que, se ela contasse a alguém, voltaria ao local. O ladrão levou os medicamentos sem refrigeração. Mesmo se forem recuperadas, as vacinas roubadas podem ter perdido a eficácia.
"Ele não fez alarde. Não era um moleque, tinha de 30 a 40 anos. Ele passou pelo rapaz que mede a temperatura, entrou normalmente no posto. Foi cirúrgico. Diretamente onde estavam as vacinas. Mostrou a arma, pegou o medicamento e foi embora", disse ao UOL o delegado José Ademar de Souza, que investiga o caso.
Imagens de câmeras de segurança sob posse dos policiais do 43o DP (Distrito Policial), na Cidade Ademar, à frente do caso, mostram o que aconteceu depois do crime. "Quando ele pega as vacinas, que estavam num recipiente bem pequeno, ele sai do posto acelerado, mas sem fazer alarde", afirmou o delegado.
Já na rua, pelas imagens, é possível ver que ele corre na rua do posto e chama um comparsa, que estava esperando em uma moto. O delegado afirmou que a delegacia está focada na identificação e detenção dos dois criminosos. Na tarde de hoje, buscas foram feitas na região, mas sem sucesso.
O delegado, que tem, ao todo, 18 anos de experiência na Cidade Ademar, afirma que, pela sua experiência, os criminosos são da região. "Pelas ruas que eles usaram pra fugir, sabemos que eles conhecem a área. São daqui. Um criminoso do extremo leste não viria roubar vacina aqui. Em breve, iremos pegá-los", prometeu.
O delegado disse, também, que estão descartadas possíveis participações da enfermeira abordada ou de funcionários do posto de saúde. "Vieram aqui a enfermeira e o rapaz que controla o acesso das pessoas no posto. Eles não tem participação nenhuma no crime, com certeza absoluta", afirmou Souza.
De acordo com a SSP (Secretaria da Segurança Pública), apesar de o caso ter sido registrado no 98o DP, no Jardim Miriam, a força-tarefa é feita pelo 43o DP, na Cidade Ademar, juntamente com a Cerco (Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas).
"A autoridade policial realiza diligências em busca de imagens e demais subsídios que possam auxiliar na identificação e responsabilização do autor", afirmou a pasta, por meio de nota.
Na noite de ontem, o secretário da Segurança Pública, o general da reserva João Camilo Pires de Campos, afirmou que "determinou a formação de uma força-tarefa para identificar e prender o autor do roubo de 98 doses da vacina Coronavac".
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