Nogueira: Falta infraestrutura, sobre manter emendas e tirar verba da saúde
O senador Ciro Nogueira (PP-PI) defendeu que falta um sistema de infraestrutura no Brasil para a distribuição de equipamentos para combater a covid-19. Nogueira citou como exemplo a falta de oxigênio que aconteceu no Amazonas em janeiro deste ano, quando o estado teve alta de 41% nas mortes pela falta do insumo, segundo cálculo realizado pelo UOL em fevereiro com base em dados da FVS (Fundação em Vigilância em Saúde) do Amazonas.
"Nós temos muita culpa da falta de estrutura que temos no país. Vamos entrar num colapso de oxigênio porque não temos estrutura para fazer a distribuição de oxigênio no nosso país. Esse governo investiu como nunca na infraestrutura por meio do ministro Tarcísio [Vieira] e isso é fundamental para o desenvolvimento e retomada econômica no futuro, vamos precisar de infraestrutura", explicou Ciro Nogueira durante o UOL Entrevista, conduzido pelo chefe da sucursal do UOL em Brasília, Tales Faria, e pela repórter Luciana Amaral.
Ainda culpou os governadores pela crise, isentando o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), dizendo que eles fizeram uma "politização absurda" da pandemia no país e que tentaram se esquivar dos problemas, "querendo passar uma imagem que estavam solucionando os problemas do país, e não fizeram o dever de casa que era melhorar a sua rede hospitalar nos seus estados".
Sobre a defesa das medidas restritivas, indicou que concorda em partes com Bolsonaro mas discorda de outras, onde elogiou sua condução na defesa das máscaras e em seu plano de imunização. Nogueira espera que até abril o Brasil vacine 1 milhão de pessoas por dia.
"Então são situações que, não precisamos apoiar 100% tudo que o presidente diz, as coisas que não concordamos temos criticado, tentado corrigir, mas tenho certeza que o presidente Bolsonaro mudou sua visão em determinadas coisas e mudou de forma muito positiva."
A falta de infraestrutura foi citada como justificativa para tirar verbas da saúde no atual momento da pandemia e preservar as emendas parlamentares. Na semana passada, o Congresso cortou despesas obrigatórias para abrir espaço artificialmente e incluir a demanda de emendas parlamentares, elevando o valor total para R$ 51,6 bilhões (o maior nível histórico).
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