Com fila, maior crematório do país recebe contêineres para mortos por covid

O crematório da Vila Alpina, na zona leste da cidade São Paulo, tinha fila de familiares para cremar corpos de vítimas da covid-19 na tarde de hoje. O UOL presenciou parentes de pelo menos oito mortos aguardando informações na administração.

Os mortos, tanto em decorrência da covid quanto de outras causas, são cremados individualmente em quatro fornos, que estão ligados 24 horas por dia. A unidade recebeu nesta quinta-feira (1º) uma entrega de novos contêineres que são usados para refrigeração dos corpos, que aguardam em um depósito antes de ir para o forno.

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Após a cremação e moagem dos ossos, os familiares precisam aguardar 15 dias para retirar as cinzas. O UOL presenciou quatro famílias retirando as cinzas em um intervalo de 30 minutos.

O Crematório Municipal Dr. Jayme Augusto Lopes, conhecido por Vila Alpina, é o maior do país e fica dentro do cemitério São Pedro, complexo administrado pela Prefeitura de São Paulo.

Somente no mês de março, foram registradas 1.316 cremações no local. Entre janeiro e fevereiro deste ano, já havia sido registrado aumento de 17% na quantidade de cremações (1.848), em comparação com o mesmo período de 2020 (1.584).

A reportagem tentou fazer imagens do local onde os corpos são armazenados, mas foi retirada por agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) a pedido do administrador do crematório, Rogério Silva.

Segundo ele, "agora tudo é covid". "Antes das eleições, a pessoa morria e falavam que era broncopneumonia, e depois das eleições passaram a falar que era covid. Agora tudo é covid", afirmou.

A assessoria de imprensa do Serviço Funerário de São Paulo interrompeu o trabalho do UOL diversas vezes, solicitando, por telefone, que a reportagem deixasse o local, o que só aconteceu após a chegada da GCM.

Procurada pela reportagem, a prefeitura não deu detalhes sobre os contêineres e informou apenas que "todas as cremações estão sendo realizadas dentro do prazo".