Topo

Esse conteúdo é antigo

Covid-19: Kátia Abreu e Aécio Neves pedem envio de equipe técnica da OMS

Em carta à OMS, parlamentares pedem apoio ao desenvolvimento da produção autônoma de vacinas pelo Butantan. - Lucas Borges Teixeira/UOL
Em carta à OMS, parlamentares pedem apoio ao desenvolvimento da produção autônoma de vacinas pelo Butantan. Imagem: Lucas Borges Teixeira/UOL

Colaboração para o UOL

14/04/2021 10h05

Os presidentes das comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, senadora Kátia Abreu (PP-TO) e deputado Aécio Neves (PSDB-MG), respectivamente, assinaram ontem carta conjunta dirigida ao diretor-geral da OMS (Organização Mundial de Saúde), Tedros Adhanom, manifestando o interesse do Instituto Butantan em receber missões de cooperação técnica oferecidas pela organização internacional ao Brasil.

O objetivo da missão seria fornecer apoio ao desenvolvimento da produção autônoma de vacinas pelo Butantan.

A carta é um desdobramento da reunião remota entre os parlamentares e o diretor-geral da OMS, que aconteceu no dia 01 de abril, onde se discutiu, entre outros aspectos da pandemia de covid-19, os critérios de distribuição de vacinas entre os países do globo. Na ocasião, Kátia Abreu e Aécio Neves buscaram agilizar a importação de imunizantes para atender aos brasileiros.

Segundo o documento, o Diretor do Instituto Butanta, Dr. Dimas Covas, considera que "a vinda de missão técnica da OMS ao Brasil poderá contribuir, de modo decisivo, para o Butantan chegar mais rapidamente à produção local de vacinas contra a covid-19, sem a necessidade da importação de Insumos Farmacêuticos Ativos (IFA)".

"O Instituto Butantan conta com diferentes frentes para o combate à pandemia da covid-19, tais como o desenvolvimento de vacinas e terapia com anticorpos. Neste sentido, foi firmado contrato com a empresa Sinovac Research & Development Co. Ltd. (Sinovac Biotech Ltd.) para o desenvolvimento clínico da vacina (Coronavac) adsorvida Covid-19 (inativada)", diz trecho do texto.

Esse contrato, anuncia o Butantan, prevê o fornecimento de doses até junho de 2021 e a transferência de tecnologia para o Instituto, que poderá produzir vacinas em escala industrial para fornecimento ao SUS (Sistema Único de Saúde) do Brasil.

Na carta ao diretor-geral da OMS, os parlamentares ainda informam que "um novo projeto relacionado à avaliação da Coronavac teve início em fevereiro deste ano - o Projeto S, um estudo epidemiológico de fase IV e de implementação escalonada por conglomerados que tem como objetivo vacinar toda a população adulta (30 mil pessoas) de Serrana - SP".

"Dada ainda a necessidade urgente de vacinas", pontuam Kátia Abreu e Aécio Neves, "o Instituto Butantan também está desenvolvendo uma vacina de vírus quimérico inteiro da doença de Newcastle (inativado), a ButanVac".

Esta vacina, informam os presidentes das comissões de Relações Exteriores do Senado e da Câmara dos Deputados, "foi desenvolvida pelo Instituto Butantan com tecnologia gerada da parceria com a Escola Icahn de Medicina no Mount Sinai, dos Estados Unidos, a Organização Farmacêutica Governamental da Tailândia, o Instituto de Vacinas e Biologia Médica do Vietnã e a Universidade do Texas em Austin, dentro de um consórcio liderado pela PATH".

A carta ainda fala sobre a "iniciativa em andamento de produção do soro hiperimune equino anti-SARS-CoV-2 como tratamento para a Covid-19". O soro foi desenvolvido em parceria com a Universidade de São Paulo e o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN).

A senadora e o deputado federal concluem afirmando que o "Instituto Butantan manifestou interesse em receber a equipe da OMS o mais breve possível e colocou-se à disposição para dar todo o apoio logístico necessário à realização das missões". Como referência para a iniciativa da Organização Mundial de Saúde, a instituição indicou o Diretor de Estratégia Institucional da Fundação Butantan, Dr. Raul Machado Neto, e a Especialista de Estratégias Institucionais, Dra. Débora Botéquio Moretti.