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Conass alerta para escassez de vacinas para próximos dois meses no Brasil

Presidente do Conass alertou em audiência pública para escassez de vacinas para os próximos dois meses

Do UOL, em São Paulo

22/04/2021 17h55

O presidente do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), Carlos Eduardo Lula, alertou hoje para o cenário de "escassez" de vacinas contra a covid-19 nos próximos dois meses no Brasil, durante audiência pública promovida pelo Senado.

"Eu acho que a gente tem um cenário difícil, dificílimo. Para os próximos dois meses a gente deve ter um cenário de escassez de vacinas, isso é preciso ser dito. A gente não sabe o que vai acontecer com a Índia, onde há um recrudescimento muito grande da doença, que é o maior portador de IFA [Insumo Farmacêutico Ativo], a gente não sabe o que pode acontecer", disse Carlos Eduardo Lula.

Até agora, o Brasil vacinou 27.523.231 pessoas, o equivalente a 13% da população nacional—349.900 receberam a primeira dose da vacina somente nas últimas 24 horas; 228.938, a segunda. O levantamento é do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte, com base nos dados fornecidos pelas secretarias estaduais de saúde.

Durante o encontro, Lula avaliou ainda que desde o início da pandemia há um grande conflito federativo no Brasil.

"A gente não conseguiu unir os esforços da União aos de estados e municípios para ter uma condução unificada e coerente das medidas que precisavam ser implementadas. A gente sabe que muitas medidas, do ponto de vista sanitário, são complexas e difíceis e trazem consequências econômicas e sociais, mas a dicotomia entre economia e saúde é uma dicotomia falsa", relatou.

Além da falta de uma coordenação nacional para as ações, Carlos Eduardo disse que o Brasil esbarra em uma baixa cobertura vacinal, por causa da falta de imunizantes para atender o mercado mundial e no financiamento insuficiente da saúde.

"A gente já estimava, Conass e Conasems [Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde], que haveria uma diminuição no final de abril para meados de maio, e isso é verdade, só que essa diminuição do número de óbitos ocorreu num processo muito mais lento do que a gente esperava", disse.

Segundo Lula , as novas variantes da covid-19 —são 92 em circulação— sendo a mais comum no Brasil a descoberta em Manaus, têm afetado de maneira muito mais grave a população mais jovem, o que tem estabilizado a doença "em um patamar muito alto".

"Isso quer dizer que a gente continua com um número muito alto de internados e deve continuar, infelizmente, com um número muito alto de óbitos por essa razão", avaliou. Outro problema destacado pelo Conass aos senadores foi a falta de financiamento adequado da saúde.

Antes da pandemia, o presidente do Conass disse que entre leitos adultos e pediátricos havia um déficit histórico de, pelo menos, 13 mil vagas de UTI a serem financiados pelo Ministério da Saúde.

"Ainda há esse déficit. A gente tem 19 mil leitos e tem pouco mais de dez mil que o ministério [da Saúde] hoje financia. Há nove mil leitos ainda a serem financiados. Isso aqui da forma mais transparente possível, colocando o que a gente tem de dados publicados no Diário Oficial da União", pontuou.

*Com informações da Agência Brasil

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