Topo

Esse conteúdo é antigo

SP: Diretor de hospital vira réu após denúncia de falta de EPI contra covid

Fachada do Hospital Municipal do Tatuapé, na zona leste de São Paulo - Edson Hatakeyama/Secretaria Muncipal de Saúde de São Paulo
Fachada do Hospital Municipal do Tatuapé, na zona leste de São Paulo Imagem: Edson Hatakeyama/Secretaria Muncipal de Saúde de São Paulo

Afonso Ferreira e Sara Baptista

Do UOL, em São Paulo

22/04/2021 17h23

A Justiça acatou denúncia do MPSP (Ministério Público de São Paulo) e tornou réu José Carlos Ingrund, diretor do Hospital Municipal do Tatuapé, na zona leste da capital paulista. Ele é acusado de não fornecer EPIs (equipamentos de proteção individual) para funcionários da unidade durante a pandemia do coronavírus.

A denúncia foi aceita pela juíza Maria Domitila Prado Manssur, que reconheceu "prova de materialidade e dos indícios de autoria" apresentados pela acusação.

Ingrund será julgado pelos crimes de prevaricação e de infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa. A magistrada, porém, arquivou o pedido de que o diretor fosse julgado também por deixar de notificar à autoridade pública doença cuja notificação é compulsória. Ele tem dez dias para apresentar sua defesa.

Em sua denúncia, o MP-SP (Ministério Público de São Paulo) argumentou que a responsabilidade do diretor "é clara e direta". "Porquanto suas ações se mostraram insuficientes e inadequadas para a situação encarada, resultando em um ambiente insalubre e de risco para os pacientes e profissionais de saúde lotados no referido Hospital", diz o texto.

Prefeitura nega falta de EPIs

Procurada pelo UOL, a Secretaria Municipal de Saúde, responsável pela gestão do Hospital do Tatuapé, afirmou que não houve falta de EPIs nas unidades de saúde municipais durante a pandemia.

Em nota, a pasta informou que prestou todas as informações solicitadas pelas autoridades responsáveis e que está à disposição para novos esclarecimentos, se necessário.

"A SMS acrescenta que, desde o início da pandemia, nos equipamentos da rede municipal, não faltaram Equipamentos de Proteção Individual (EPI) aos profissionais de saúde da rede municipal, que por todo o período mantiveram o empenho em salvar vidas", diz a nota.