Dados da Saúde indicam alta da mortalidade por covid-19 em UTIs do RJ
Nas UTIs (Unidade de Terapia Intensiva) do Rio de Janeiro, a nova onda da covid-19 tem feito mais vítimas do que anteriormente na pandemia. Dados do Sivep-Gripe (Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe), do Ministério da Saúde apontam que a taxa de mortalidade atual nas UTIs cariocas é de 64,2%. O levantamento foi divulgado pelo jornal O Globo.
Para chegar a esse resultado, a análise levou em consideração as últimas oito semanas, nas quais 3.983 pacientes foram internados nas redes públicas e privadas. Desses, 2.556 morreram, ou seja, 64,2% dos infectados. O estudo observou essa quantidade de tempo para evitar discrepâncias caudas por notificações tardias e acompanhar ajustes feitos pelo Ministério da Saúde. A Secretaria estadual de Saúde não respondeu aos questionamentos do jornal.
A taxa de mortalidade ao longo da pandemia nas UTIs do Rio de Janeiro é 55,7%. De março de 2020 a 11 abril de 2021, 35.614 pessoas foram internadas e 19.845 não sobreviveram. Entre outubro e dezembro, esse número abaixou um pouco para 54,6%. Já a partir de 20 de dezembro até meados de fevereiro, a proporção de mortes ficou em 59,3%.
Em entrevista ao jornal, o sanitarista e professor do Instituto de Medicina Social da UERJ Mário Roberto Dal Poz observou que as equipes médicas e os hospitais estavam aprendendo a lidar bem com os pacientes de coronavírus. "Mas, no Rio, a taxa de mortalidade nas UTIs sempre esteve maior (que a de altas). Antes da pandemia, o Rio já tinha uma das maiores mortalidades intra-hospitalares do Data-SUS, e, com a chegada do coronavírus, observamos o mesmo padrão", falou.
Para o sanitarista, uma das possibilidades para o aumento de casos graves nas UTIs é a infecção de pacientes não idosos que estão contraindo novas cepas da doença. Outra hipótese é o esgotamento dos trabalhadores de saúde. "Muitos acabam não aguentando, e, com isso, há redução da equipe ou substituição por profissionais menos experientes", disse.
Além disso, a falta de medicamentos do "kit intubação", para o professor da UERJ, é "voltar a tratar pacientes na Idade Média". Segundo Dal Poz, essa escassez de recursos aumenta a chance de mortes em UTIs.
Cenário atual
Com a abertura de novas vagas em hospitais, a fila por leitos no Rio de Janeiro tem diminuído. Ontem, 197 pacientes aguardavam atendimento, o que é um terço do número de pessoas em espera há três semanas quando a ocupação chegou a 87%.
O governo do estado anunciou no último mês que mais 682 leitos foram disponibilizados para uso de pacientes com covid-19 no SUS, sendo 387 de UTI. Em dados apurados pelo consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte junto às secretarias estaduais de saúde, foi observado que o Sudeste está com a variação de média móvel estável.
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