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MG abre processo contra 3 servidores após denúncias de fura-fila da vacina

Investigações preliminares apontaram indícios de irregularidades na ordem de prioridade da vacinação contra a covid-19 em MG - iStock
Investigações preliminares apontaram indícios de irregularidades na ordem de prioridade da vacinação contra a covid-19 em MG Imagem: iStock

Do UOL, em São Paulo

24/04/2021 14h57Atualizada em 24/04/2021 15h16

O governo de Minas Gerais informou hoje que três servidores da SES (Secretaria de Estado da Saúde) responderão a processos administrativos disciplinares após denúncias de que pessoas estavam furando a fila de prioridade na vacinação contra a covid-19 no estado.

Em nota, o governo mineiro afirma que a CGE (Controladoria-Geral do Estado de Minas Gerais), concluiu ontem as apurações preliminares relativas às denúncias encaminhadas pela Ouvidoria-Geral do Estado em fevereiro e março.

Segundo a nota, as investigações apontam que "há indícios de irregularidades, como a inobservância de normas e da ordem de priorização dos grupos para vacinação, do valimento indevido do cargo público e da aplicação indevida de verbas públicas para os imunizantes da covid-19".

A partir de agora, esses servidores —que não tiveram os nomes revelados— terão oportunidade de apresentar defesa, que será analisada pela comissão do processo administrativo que acompanhará o caso.

As investigações serão encaminhadas ao Ministério Público e à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que também investigam as denúncias.

Em função da extensão das apurações e dos indícios levantados pelas investigações preliminares, a realização dos trabalhos continua, por meio de novos procedimentos correcionais e de auditoria, para aprofundar as investigações, afirmou o governo de Minas Gerais.

As denúncias levaram à demissão do então secretário estadual de Saúde Carlos Eduardo Amaral, em 13 de março.

Servidores são exonerados após vazamento de áudio

O governo de Minas Gerais exonerou ontem dois servidores da Saúde após áudio vazado em que eles sugerem mentir para evitar questionamentos na CPI dos fura-filas, que apura se houve vacinação irregular contra a covid-19 por grupos não prioritários.

Segundo publicado no "Diário Oficial do Estado", foram exonerados o chefe de gabinete da SES, João Pinho, e o assessor-chefe de comunicação da pasta, Everton Souza —protagonistas da conversa vazada ontem.

No áudio, Pinho e Souza pedem que dois funcionários que furaram a fila de vacinação deixem o home office e voltem ao trabalho presencial. Eles explicam que o MPMG solicitou à pasta informações sobre a vacinação de servidores e pediu uma lista daqueles vacinados, além de questionar sobre o regime de trabalho na época da imunização e qual o regime de trabalho atual.

"Eu tenho muito medo de vocês serem expostos por causa disso, sabe? Então, o meu conselho seria que vocês passassem a vir pelo menos quatro vezes porque a gente ainda pode mudar esse discurso, dizendo que, depois da 2ª dose, a gente 'tá' se organizando para que vocês passem a vir presencialmente", afirmou João Pinho em trecho do áudio divulgado pelo "Jornal Hoje", da TV Globo.

134 vacinados estavam em home office

Documento enviado à CPI dos fura-filas aponta que ao menos 134 servidores que receberam a vacina contra a covid-19 estavam em home office, portanto não atuavam na linha de frente do combate à doença e não teriam direito à imunização.

Ao todo, o documento lista 1.852 servidores da Saúde que teriam furado a fila da vacinação. Além dos trabalhadores em home office, há pessoas que atuam em funções administrativas na pasta.