Queiroga: Brasil está perto de comprar mais 100 milhões de doses da Pfizer
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou hoje que o Brasil está "na iminência" de fechar um novo contrato para comprar mais 100 milhões de doses da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Pfizer/BioNTech. Com o novo acordo, segundo Queiroga, o Brasil terá à disposição 200 milhões de doses do imunizante.
"Isso equivale a imunizar cerca da metade de sua população ainda neste ano, porque esse segundo contrato prevê para o mês de outubro já 35 milhões de doses", disse o ministro durante evento promovido pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
No encontro, Queiroga voltou a destacar que o Brasil "é o quinto país que mais distribui doses de vacinas", aproveitando para exaltar o trabalho do Instituto Butantan e da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), reforçando que a Fiocruz começará a produzir vacinas com IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo) totalmente nacional a partir do terceiro trimestre deste ano.
"É uma notícia muito alvissareira" afirmou, destacando o investimento do governo na área.
Distribuição das primeiras doses
O Ministério da Saúde começou hoje a distribuir 499,6 mil das 1 milhão de doses da vacina da Pfizer aos estados e ao Distrito Federal, que deverão encaminhá-las primeiramente para as capitais por conta das necessidades de armazenamento do imunizante, que exige refrigeração em temperaturas baixíssimas.
No Centro de Refrigeração, em Guarulhos (SP), as doses estão armazenadas entre -90ºC a -60ºC. Aos serem distribuídas aos estados, as vacinas ficarão a -20ºC. Nos locais de vacinação, em temperaturas entre 2ºC e 8ºC, as doses deverão ser aplicadas em até cinco dias.
Em função disso, o Ministério da Saúde orienta que, neste momento, a vacinação com o imunizante da Pfizer seja realizada apenas em unidades de saúde das 27 capitais brasileiras, de forma a evitar prejuízos na vacinação e garantir o esquema vacinal de 12 semanas entre uma dose e outra. Ministério da Saúde, sobre a distribuição de doses da Pfizer
O intervalo entre doses recomendado pela pasta é maior que o indicado pela farmacêutica — três semanas — por conta da escassez de vacinas. Para justificar a decisão, o Ministério da Saúde citou o caso do Reino Unido, onde a entidade responsável pela vacinação no país também recomendou adotar um tempo maior entre a primeira e a segunda dose para imunizar o maior número de pessoas possível.
"Esta recomendação considerou que a vacinação do maior número possível de pessoas com a primeira dose traria maiores benefícios do ponto de vista de saúde pública, considerando a necessidade de uma resposta rápida frente a pandemia de covid-19", explicou, acrescentando que, segundo estudos, o intervalo maior não prejudica a eficácia global da vacina.
As quase 500 mil doses deverão ser usadas para a primeira aplicação em pessoas com comorbidades, gestantes e puérperas e pessoas com deficiência permanente. As doses para a segunda aplicação "serão distribuídas nas próximas semanas", ainda de acordo com o Ministério da Saúde.
Números da vacinação
Segundo dados atualizados no início da manhã de hoje pelo Ministério da Saúde, 64,3 milhões de doses de vacinas contra o novo coronavírus já foram distribuídas aos estados e ao Distrito Federal pelo governo federal.
Já sobre a vacinação, segundo dados atualizados ontem pelo consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte, 15% dos brasileiros já receberam a primeira dose contra a covid-19, enquanto 7,5% da população completou a imunização ao receber a segunda dose.
(Com Estadão Conteúdo)
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