Com 2.791 novas mortes, Brasil completa 50 dias com média acima de 2 mil
Carolina Marins, Douglas Porto, Sara Baptista e Ricardo Espina
Do UOL e colaboração para o UOL, em São Paulo
05/05/2021 18h40Atualizada em 05/05/2021 23h55
Somente na última semana, 2.329 pessoas morreram em média em decorrência da covid-19 no Brasil. Já são 50 dias consecutivos com média de mortes acima de 2 mil, segundo os dados obtidos pelo consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte junto às secretarias estaduais de saúde.
Apenas nas últimas 24 horas, os registros apontavam para 2.791 novos óbitos, elevando para 414.645 o número de mortes contabilizadas desde o início da pandemia.
Embora o dado de óbitos de hoje seja um pouco mais baixo do que o registrado na quarta-feira da semana passada, quando teve 3.019 mortes, a média móvel de mortes permanece acima de 2 mil desde o dia 17 de março.
Os dados de hoje indicam estabilidade na média de óbitos de -8%, embora seja essa uma estabilidade em patamares muito elevados. Este é o 105º dia consecutivo em que a média fica acima de mil. No ano passado, o período mais longo foi de 31 dias.
O número de novos casos de covid-19 registrados hoje foi 75.652. Desde o começo da pandemia, já foram feitos 14.936.464 diagnósticos de coronavírus.
Os dados não representam quando os óbitos e diagnósticos de fato ocorreram, mas, sim, quando passaram a constar das bases oficiais dos governos.
Seis estados reportaram mais de cem mortes por covid-19 nas últimas 24 horas. A soma do total de vítimas destes locais (2.027) representa mais do que a metade do total de mortes no país:
- São Paulo - 689
- Minas Gerais - 441
- Rio de Janeiro - 349
- Paraná - 258
- Goiás - 163
- Rio Grande do Sul - 127
Dados do Ministério da Saúde
Os dados de mortes divulgados pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira (5) foram um pouco mais altos. Segundo a pasta, o Brasil registrou 2.811 novos óbitos causadas pela covid-19 entre ontem e hoje. Desde o início da pandemia, houve 414.399 óbitos provocados pela doença, de acordo com o ministério.
Pelos dados da Saúde, houve 73.295 diagnósticos positivos para o novo coronavírus em todo o país nas últimas 24 horas. O total de infectados subiu para 14.930.183 desde março de 2020.
Segundo o governo federal, 13.529.572 pessoas se recuperaram da doença até o momento, com outras 986.212 em acompanhamento.
A pandemia nos estados
São nove os estados com estabilidade nos registros, enquanto outros quatorze e o DF estão em queda. Apenas três apresentam aceleração: Ceará, Pernambuco e Paraná.
Em três regiões a média móvel de mortes é considerada estável: Nordeste (0%), Sudeste (-9%) e Sul (9%). Em outras duas a média apresenta desaceleração: Centro-Oeste (-27%) e Norte (-30%). No geral, o Brasil apresenta um índice em estável (-8%) na variação de 14 dias.
Região Sudeste
- Espírito Santo: queda (-31%)
- Minas Gerais: queda (-19%)
- Rio de Janeiro: estabilidade (2%)
- São Paulo: estável (-5%)
Região Norte
- Acre: queda (-39%)
- Amazonas: estabilidade (-24%)
- Amapá: queda (-20%)
- Pará: queda (-29%)
- Rondônia: queda (-47%)
- Roraima: queda (-19%)
- Tocantins: estabilidade (5%)
Região Nordeste
- Alagoas: queda (-16%)
- Bahia: estabilidade (-13%)
- Ceará: aceleração (18%)
- Maranhão: queda (-19%)
- Paraíba: queda (-19%)
- Pernambuco: aceleração (24%)
- Piauí: estabilidade (0%)
- Rio Grande do Norte: estabilidade (-12%)
- Sergipe: estabilidade (5%)
Região Centro-Oeste
- Distrito Federal: queda (-34%)
- Goiás: queda (-24%)
- Mato Grosso: queda (-33%)
- Mato Grosso do Sul: queda (-20%)
Região Sul
- Paraná: aceleração (28%)
- Rio Grande do Sul: estabilidade (-2%)
- Santa Catarina: estabilidade (-7%)
Veículos se unem pela informação
Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.
O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.