SP vacinará pessoas com deficiência e comorbidades a partir de 50 anos
O governo de São Paulo anunciou hoje uma nova etapa da campanha de vacinação contra a covid-19 no estado. A partir da próxima sexta-feira (14), começarão a ser imunizadas pessoas com deficiência e com comorbidades relacionadas à doença na faixa etária entre 50 e 54 anos.
Anteontem, a gestão do governador João Doria (PSDB) anunciou o início da vacinação para estes grupos, começando por pessoas entre 55 e 59 anos. Essa primeira etapa começa também na próxima semana, na terça-feira (11), para pessoas com deficiência permanente e na quarta (12) para aquelas com comorbidades.
Serão vacinadas pessoas com deficiências cadastradas no BPC (Benefício de Prestação Continuada). É preciso apresentar comprovante de recebimento do benefício.
Para aquelas com comorbidades, vale a lista de doenças elaborada pelo Ministério da Saúde, que tem 22 itens, entre doenças cardíacas, diabetes, pneumonias graves, hipertensão, doença renal crônica e obesidade mórbida (veja na lista abaixo).
As comorbidades têm que ser comprovadas por exames, receitas ou prescrições médicas no momento da vacinação. No entanto, o governo paulista afirma que cadastros já existentes em UBSs (Unidade Básica de Saúde) sobre o tratamento dessas doenças também serão utilizados para comprovar a condição.
O público estimado para a vacinação dos novos grupos anunciados hoje é de 865 mil pessoas.
Com outros grupos anunciados para iniciar a vacinação na semana que vem, como pessoas com síndrome de Down, grávidas e puérperas com comorbidades, além dos metroviários, o estado de São Paulo vacina atualmente contra a covid-19 a totalidade dos idosos. A última etapa teve início ontem, com a vacinação de pessoas entre 60 e 62 anos, e filas de até cinco horas foram registradas na capital, que começou a aplicação da vacina da Pfizer/BioNTech.
Apelo por 2ª dose
Durante o anúncio sobre a vacinação, feito em entrevista coletiva realizada hoje no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, a coordenadora-geral do Programa Estadual de Imunização, Regiane de Paula, fez um apelo para que a população do estado se atente à aplicação da segunda dose. O pedido foi direcionado, principalmente, àqueles que tomaram uma primeira dose da vacina de Oxford/AstraZeneca, que prevê um intervalo de 12 semanas —bem maior do que os 21 dias recomendados da CoronaVac.
"Quando a gente fala da primeira e da segunda dose e da necessidade de tomar a segunda, aqueles que não foram até uma Unidade Básica [de Saúde] tomar a segunda dose não estão imunizados. Precisamos que se imunizem", disse Regiane.
O governo paulista apresentou um balanço com dados compilados até ontem no qual mais de 400 mil pessoas que receberam a primeira dose no estado ainda não foram receber a dose de reforço. São 400.958 pessoas no total, sendo 299.205 referentes à Coronavac e outras 101.753 à vacina de Oxford.
Quando a gente fala da vacina, principalmente da Fiocruz [Fundação Oswaldo Cruz, que envasa no Brasil a vacina de Oxford], que são de 12 semanas [o intervalo entre as doses], as pessoas se esquecem. A vida está corrida, muita coisa acontecendo, estamos enfrentando uma rotina diferente, mas eu faço um apelo para que as pessoas que não voltaram a uma Unidade Básica, voltem para que tomem a segunda dose.
Regina de Paula, Coordenadora-geral do Programa Estadual de Imunização
Segundo o governo estadual, foram aplicadas 13,1 milhões de doses até o início da tarde de hoje.
O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, reafirmou que o último lote de IFA (matéria-prima para a vacina, vinda da China) disponível já foi utilizado. "O IFA que estava disponível foi processado na primeira fase, que é o envase, e ele fica no controle de qualidade, que é a liberação", disse. "As vacinas serão liberadas até o dia 14 [de maio]."
De acordo com ele, há previsão de chegada de mais 4 mil litros de IFA até o dia 18.
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