Vacinas funcionam contra variantes em circulação, diz técnico da OPAS
Todas as vacinas que estão sendo aplicadas atualmente contra a covid-19 funcionam nas variantes em circulação consideradas mais preocupantes, segundo o virologista e assessor em doenças virais emergentes da OPAS (Organização Pan-americana de Saúde), Jairo Mendez Rico.
"O que sabemos até o momento, em nível global, é que as vacinas, como estão e que já foram licenciadas pelos mecanismos de emergências da OMS, funcionam para todas variantes que estão circulando", disse o especialista durante um seminário virtual para jornalistas nesta quinta-feira (13).
Segundo ele, é possível que algumas variantes impactem na eficácia de algumas das vacinas, mas, no geral, todas resultam em proteção.
Sim, funcionam, porém talvez em vez de ter uma eficácia de 95%, funcionam com 90%, mas da mesma forma a pessoa está protegida.
Jairo Mendez Rico, virologista e assessor da OPAS
Atualmente, há quatro variantes consideradas "de preocupação" pela organização:
- B.1.17 identificada no Reino Unido,
- B.1.351 identificada na África do Sul,
- B.1.1.28 --também chamada de P1-- identificada em Manaus
- E a mais recente, B.1.617 identificada na Índia.
Todas elas, de acordo com a OPAS, têm se demonstrado mais transmissíveis, porém não mais letais.
Além dessas quatro, outras seis variantes são consideradas de "interesse", ou seja, há algum potencial de se tornarem preocupantes, mas até o momento ainda são estudadas.
Ao menos 37 países das Américas já confirmaram a circulação de ao menos uma dessas variantes de preocupação. A B.1.17 é até o momento a mais comum, presente em 34 países, seguida pela variante brasileira já detectada em ao menos 21 países do continente.
Algumas fabricantes de vacinas como Pfizer, Moderna e também o Instituto Butantan já haviam observado em estudos preliminares que seus imunizantes protegem contra as variantes. Ainda assim, cientistas estudam uma "vacina universal" que protegeria contra as principais formas alteradas do coronavírus.
O virologista da OPAS alerta, no entanto, que é preciso garantir a contenção da transmissão para que não haja espaço para que variantes capazes de vencer a imunidade da vacina surjam.
"Nos países em que a circulação está intensa e ainda não há uma grande quantidade de pessoas vacinadas, devemos manter as medidas [de distanciamento] porque ainda estamos aprendemos o que acontece uma vez que estivermos vacinados e por quanto tempo estaremos realmente protegidos."
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