Autoridades discutem circulação de cepa indiana; Pazuello deve voltar à CPI
A notificação de infectados com a cepa indiana do coronavírus no Brasil levou autoridades brasileiras a discutir medidas para tentar barrar o avanço dessa variante no país.
O governo do Maranhão, Estado em que os primeiros casos da variante no país foram diagnosticados entre tripulantes de um navio vindo da África do Sul, está testando toda a equipe que atende esses viajantes e rastreando quem entrou em contato com eles.
De acordo com o secretário estadual de Saúde do estado, Carlos Lula, esses cuidados buscam evitar a disseminação da cepa indiana, considerada de alta transmissibilidade e ainda com seus efeitos sendo pesquisados.
"Não podemos ter uma terceira onda com uma variante dessa, por isso toda nossa preocupação para evitar transmissão local", disse.
Hospitalizado no Maranhão, um dos viajantes diagnosticados com a variante indiana precisou ser intubado hoje. O paciente é um dos tripulantes do navio Shandong da Zhi, que veio da África do Sul, fretado pela Vale para transportar minério de ferro. Dos 24 passageiros, apenas nove não foram diagnosticados com covid-19.
De acordo com Lula, os outros tripulantes permanecem com sintomas leves ou assintomáticos. Eles seguem no navio e estão sendo monitorados por uma equipe da secretaria de Saúde.
Em entrevista à CNN na tarde de hoje, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), disse que não há transmissão local da cepa indiana no estado e que todos os profissionais do hospital estão vacinados. No entanto, alertou que é "questão de tempo" para que a cepa indiana passe a circular em todo o país.
"Temos uma situação desafiadora, mas não temos qualquer sinal de que além desse paciente nós venhamos a ter outra pessoa com a cepa indiana. Mas o Brasil é grande e não tem controle sanitário em aeroportos e portos, por isso acredito que lamentavelmente é uma questão de tempo até que a cepa indiana também esteja circulando no Brasil", afirmou Dino.
Barreiras sanitárias em SP
Em São Paulo, o secretário municipal de Saúde da Capital, Edson Aparecido, apresentou hoje ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, uma proposta para instituir controle sanitário de rodovias para tentar impedir o alastramento desenfreado da variante asiática.
Caso seja aprovado, o plano será operacionalizado com apoio do Ministério da Saúde e da PRF (Polícia Rodoviária Federal). A ideia é promover triagens a partir de blitz sanitárias em estradas sob gestão federal e em outros pontos. Alguns locais já foram definidos, como o Terminal Rodoviário do Tietê e as rodovias Fernão Dias e Presidente Dutra.
Essas triagens devem buscar pessoas sintomáticas, com aferição de temperatura. Os passageiros detectados seriam levados para unidades de urgência da região para se submeter a testes do tipo RT-PCR. Caso o exame dê positivo para covid-19, haverá a recomendação para isolamento.
Em entrevista à GloboNews, Edson Aparecido disse que a proposta também inclui a exigência de testes negativos para covid-19 do tipo RT-PCR para passageiros vindos de locais em que foram detectadas a variante indiana, como o estado de Maranhão e a Argentina.
Em entrevista à GloboNews, Edson Aparecido disse que Marcelo Queiroga viu o plano paulistano com "bons olhos". Segundo o secretário, o ministro da Saúde sinalizou que gostaria de aplicar as ideias nacionalmente.
"Sabemos que o caso com a cepa indiana foi detectado rapidamente, mas temos que manter o acompanhamento dos pacientes infectados e das pessoas que tiveram contato com eles, incluindo os profissionais de saúde que atenderam essas pessoas", disse Queiroga, em nota divulgada pelo Ministério da Saúde. "Considerando que São Paulo é a maior cidade do país e Guarulhos é o maior aeroporto, devemos reforçar a vigilância para que essa variante não se espalhe pelo Brasil", afirmou o ministro.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.