Topo

Esse conteúdo é antigo

Butantan: "CoronaVac tem alta eficácia em idosos e não precisa de 3ª dose"

28.abr.2021 - Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, durante entrevista coletiva na sede da instituição, em São Paulo - Divulgação/Governo do Estado de São Paulo
28.abr.2021 - Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, durante entrevista coletiva na sede da instituição, em São Paulo Imagem: Divulgação/Governo do Estado de São Paulo

Do UOL, em São Paulo

26/05/2021 16h36

Na tentativa de minimizar dúvidas quanto à eficácia da CoronaVac, o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, reafirmou hoje que a vacina, desenvolvida em parceria com a chinesa Sinovac, tem alta eficiência em idosos e que não há necessidade da aplicação de uma terceira dose do imunizante.

"Com relação a esses comentários que têm surgido dizendo que a vacina tem uma eficiência menor em pessoas idosas, eu digo a vocês que todos os estudos que o Butantan tem feito, e são muitos, aqui no Brasil, na cidade de São Paulo, no município de Serrana, no estado do Ceará e também no Chile, mostram que essa vacina tem uma alta eficiência, ou seja, ela é capaz de proteger contra os sintomas da doença, contra as internações e contra os óbitos. Em todas as faixas etárias acima dos 18 anos, inclusive nos idosos", afirmou Covas, em vídeo publicado nas redes sociais.

Na semana passada, o jornal "Folha de S.Paulo" publicou resultado de estudo feito pelo Vebra Covid-19 (Vaccine Effectiveness in Brazil Against Covid-19), que reúne cientistas de instituições nacionais e internacionais, com idosos de mais de 70 anos depois que a vacina foi aplicada massivamente no Brasil.

Os dados encontrados mostram que a efetividade entre os que têm mais de 80 anos foi menor que a efetiva global encontrada nos estudos clínicos realizados pelo Instituto Butantan no Brasil, de 50,7%.

Sobre a dose de reforço, o presidente do Instituto Butantan foi categórico ao dizer que não "não existe necessidade de se preocupar com uma terceira dose".

Em entrevista ao UOL News, programa diário transmitido pelo UOL, exibido mais cedo, o médico imunologista Jorge Kalil defendeu hoje que idosos que tenham recebido a CoronaVac tenham o reforço vacinal de um terceiro imunizante.

"Acho, particularmente, que devemos dar reforço sim porque essas são as pessoas com mais chances de morrer, o que seria lamentável. O que queremos é salvar vidas e, depois, diminuir a transmissão do vírus."

Segundo Kalil, era previsível que a vacina CoronaVac teria "problema" entre os idosos. "Vacinas de vírus inativado não induzem boa resposta imune em idosos. Um exemplo é a vacina da gripe", afirmou. "A CoronaVac era a vacina que tínhamos quando começou a vacinação. Se não tivéssemos vacinado a população de risco, quem decidiu seria criticado porque não aplicou a vacina nos [grupos] prioritários. Era o que tínhamos, temos que vacinar na medida que chegam as vacinas."