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Governo de SP pedirá que passageiros vindos da Índia façam exame 72h antes

Passageiros com máscaras de proteção caminham em frente a guichês da Azul no aeroporto de Congonhas, em São Paulo - RAHEL PATRASSO
Passageiros com máscaras de proteção caminham em frente a guichês da Azul no aeroporto de Congonhas, em São Paulo Imagem: RAHEL PATRASSO

Colaboração para o UOL

26/05/2021 15h43Atualizada em 26/05/2021 18h23

O governo de São Paulo vai exigir que passageiros vindos da Índia apresentem exame de coronavírus, RT-PCR negativo, realizado nas 72h anteriores ao embarque. Um ofício enviado pela Secretária de Saúde do estado à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) elenca outras exigências, como preenchimento de autodeclaração com endereço completo e telefone para contato, além de isolamento monitorado.

O documento ao qual o UOL teve acesso também inclui viajantes vindos de outras áreas que possuam registro de transmissão de variantes de atenção - como a indiana B.1.617.2. Entre eles estão o Reino Unido, a Irlanda do Norte e a África do Sul, além da Índia.

De acordo com a proposta do governo de São Paulo encaminhada ao gerente de portos e aeroportos da Anvisa, Nélio Cézar Aquino, os passageiros deverão realizar 14 dias de isolamento, sendo monitorados pela autoridade de Vigilância Epidemiológica do município. Cada cidade poderá decidir pela aplicação ou não de multa em caso de quebra da quarentena.

Passageiros sem exame

Caso o viajante não apresente o RT-PCR feito no prazo estipulado, este deverá ser colhido no aeroporto de desembarque. O passageiro deverá cumprir isolamento em hotel ou outro local nas proximidades, e não poderá viajar para outras cidades e estados até que o resultado do exame seja divulgado.

Caso seja detectado que aquela pessoa está infectada, ela deverá ficar no hotel de referência por 10 dias, sendo monitorada pelo município. As despesas com acomodação serão pagas pelo passageiro ou pela companhia área que permitiu o embarque. Se o resultado for negativo, o viajante será liberado após o preenchimento de autodeclaração.

E quem for testar no laboratório do aeroporto?

Os viajantes assintomáticos que fizerem o exame no laboratório do aeroporto só serão liberados para embarcar com o resultado negativo. Se o PCR for positivo, o passageiro deverá passar por consulta médica no posto do aeroporto e seguir 10 dias de isolamento em hotel próximo ao aeroporto para acompanhamento.

Esses casos, segundo a proposta, devem ser imediatamente informados à Anvisa, que notificará o CIEVS (Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde) de SP.

Variante indiana

A B.1.617.2 é uma das versões da variante da covid-19 descoberta na Índia, que ainda inclui a B.1.617.1 e a B.1.617.3, todas consideradas de "preocupação mundial" pela OMS (Organização Mundial da Saúde). De acordo com um relatório publicado hoje pela organização, ela já foi oficialmente detectada em pelo menos 53 países e territórios.

No Brasil, os primeiros casos foram confirmados na última quinta-feira (20) no Maranhão, quando seis tripulantes do navio Shandong da ZHI, que veio da África do Sul, testaram positivo.

Hoje, o Instituto Adolfo Lutz, vinculado à Secretaria da Saúde de São Paulo, identificou o primeiro caso, de um homem que veio do país asiático e desembarcou no Aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo, e não esperou o resultado do exame - realizado em um laboratório particular - para viajar ao Rio de Janeiro. Por isso, as companhias aéreas Qatar e Latam, responsáveis pelos voos do brasileiro, foram notificadas pela Anvisa para fornecer a lista de passageiros.

Ceará, Pará, Minas Gerais e Espírito Santo também monitoram casos suspeitos. Veja a situação completa do país.