Dalcolmo: Discussão sobre cloroquina na CPI é uma perda de tempo
A pneumologista Margareth Dalcolmo classificou como "perda de tempo" a discussão na CPI da Covid sobre o tratamento precoce e uso de medicamentos sem eficácia comprovada em pacientes com covid-19.
"Acho que ter o debate é saudável, mas eu acho que essa discussão sobre tratamento precoce, uso de hidroxicloroquina ou cloroquina, eu considero uma perda de tempo absolutamente imperdoável nesse momento da pandemia no Brasil. Do ponto de vista científico, esse assunto está encerrado", disse a pesquisadora da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) no UOL Debate.
O programa, apresentado por Fabíola Cidral, teve ainda a participação do infectologista Renato Kfouri e da microbiologista Natália Pasternak.
Pasternak reforçou que esta é uma discussão encerrada no universo científico.
É como discutir se a terra é plana ou não. Não se deve dar espaço para discutir na CPI se a cloroquina funciona ou não. Ciência não tem dois lados, ciência não tem opinião. A questão das evidências científicas sobre cloroquina já está encerrada desde o ano passado.
Natália Pasternak
Questionada sobre a fala de ontem da médica Mayra Pinheiro na CPI da Covid, em que ela defendeu o tratamento precoce e o uso da cloroquina no tratamento contra covid, Dalcolmo classificou de "muito triste" a abordagem do tema como "uma causa política".
Ainda no depoimento de ontem, Mayra Pinheiro confirmou ter gravado um áudio com críticas à Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), em que questiona uma suposta atuação enviesada da entidade e a acusa de ser contra todo mundo que "não é de esquerda". Dalcolmo disse que os comentários da médica foram "infelizes".
"Quanto aos comentários feitos sobre a Fiocruz, a instituição brasileira que talvez reúna o maior número de publicações importantes, que está fabricando a vacina brasileira, num processo super saudável, desejado, de fazer a vacina com um processo de transferência de tecnologia, tratar a Fundação Oswaldo Cruz assim, reduzir a Fiocruz a comentários tão infelizes? Eu considero uma infelicidade, é a única coisa que tenho a dizer sobre esse assunto, e consideraria esse assunto infeliz encerrado também", afirmou.
Para Kfouri, discutir hoje "medicamentos que não funcionam e ter dentro do ministério pessoas com essa postura, cria e continua criando na população esse espetáculo que vimos ontem na CPI".
"A população não é obrigada a entender de ciência, medicina, o que é um estudo controlado, randomizado. Ela ouve aquilo e acredita, boa parte da população acredita. É um desserviço no controle da pandemia. Infelizmente isso atrapalha e atrapalha muito", disse o infectologista.
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