RJ tem 8 municípios com UTIs para covid lotadas; MP questiona governo
O estado do Rio de Janeiro tem hoje ao menos oito municípios com ocupação máxima nos leitos de UTI para tratamento da covid-19. Em toda a rede pública estadual, a taxa de ocupação desse tipo de leito é de 72%. A ocupação de leitos de enfermaria para covid é de 48%.
Belford Roxo, na Baixada Fluminense, é o município que mais recentemente atingiu 100% da ocupação — o município tem nove leitos de UTI para covid. Na atualização de domingo (15), apenas três estavam ocupados, mas passados quatro dias não há mais leitos disponíveis. A ocupação na enfermaria é de 11%
Guapimirim, que atualizou seus dados hoje depois de uma semana, dobrou o número de internados graves com a doença: de 5 para 10, também chegando a 100% de ocupação na UTI.
Os outros municípios do estado com ocupação máxima nas UTIs de covid são: Itaguaí (5 leitos ocupados), Bom Jesus Do Itabapoana (65), Cantagalo (10), Itaperuna (10), Miracema (6) e Teresópolis (29).
A cidade do Rio de Janeiro mantém 95% dos seus leitos de UTI da rede municipal ocupados. Nova Friburgo conseguiu diminuir o número de internações: caiu de 100% para 95% na ocupação de pacientes graves. As informações são do Painel de Monitoramento estadual.
Ministério Público pede explicações ao governo
Um documento obtido pelo UOL mostra que o MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) deu à SES (Secretaria de Estado de Saúde) o prazo de 15 dias para explicar a oferta de leitos na rede pública de saúde.
O ofício chegou à mesa da SES na segunda-feira (16). Nele, a promotora Cristiana Benites, da 3ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Saúde da Capital, pede que o secretário de Saúde, Alexandre Chieppe, informe:
- Quantos pacientes aguardam na fila atendimento para covid-19 (enfermaria e UTI)
- Quais medidas o estado tomará para abrir mais leitos, diante da maior procura por internações
O MP-RJ explica que o pedido acontece diante do avanço da delta no Rio de Janeiro e do aumento da procura por leitos para tratamento da covid-19.
O objetivo principal, de acordo com a promotoria, é "monitorar o acesso da população aos leitos". Caso o MP-RJ entenda que há risco de colapso da rede pública estadual de saúde, pode haver "medidas judiciais cabíveis" contra o governo do estado.
Hoje, a fila de espera para a UTI está em 64 — 10 a mais do que ontem. Para enfermaria, a fila está em 49 — ontem eram 30 aguardando.
Governo avalia "nova onda" com delta
A preocupação com leitos já é uma preocupação interna do governo do Rio de Janeiro. Documentos internos expõem a avaliação que há chance de uma nova onda da covid-19 ser causada pela expansão da delta.
Em resposta a um questionamento da Defensoria Pública, a SES afirma que, diante da delta, "entende que, permanece a necessidade de criação de estratégias, como a reserva técnica, para o aumento da capacidade de leitos de UTI ADULTO, TIPO II E LEITOS DE ENFERMARIA CLÍNICA, com o fim de otimizar o sistema de regulação e acolher o paciente de forma humanizada".
A variante já está presente em 76% dos 92 municípios do estado. E 48% das amostras coletadas analisadas são da variante delta — 36% são da gamma.
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