Câmara Técnica sugere fim do intervalo entre vacinas da covid e influenza
A CTAI (Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização) recomendou ao Ministério da Saúde o fim do prazo mínimo para a aplicação entre as vacinas da covid-19 e o imunizante contra a influenza. Ou seja, a Câmara entendeu não ser necessário esperar o intervalo de no mínimo 14 dias após a aplicação da vacina contra a covid-19 — ou vice-versa — para receber o imunizante contra a influenza. Ao UOL, a Saúde afirmou que a "medida está em avaliação".
"O Ministério da Saúde informa que há uma recomendação da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) para eliminar o prazo mínimo do intervalo entre as vacinas da gripe e Covid. A medida está em avaliação", declarou a pasta.
Hoje, de acordo com o PNI (Programa Nacional de Imunização), da Saúde, o intervalo mínimo entre a aplicação da vacina contra a covid-19 e o imunizante da influenza — vírus causador da gripe — é de no mínimo 14 dias.
O programa explica em sua última edição ser "improvável que a administração simultânea das vacinas COVID-19 com as demais vacinas do calendário vacinal incorra em redução da resposta imune ou risco aumentado de eventos adversos".
Apesar disso, a pasta adverte que até aquele momento, "devido a ausência de estudos nesse sentido, bem como visando possibilitar o monitoramento de eventos adversos pós vacinação, não se recomenda a administração simultânea com as demais vacinas do calendário vacinal".
E continua: "Preconiza-se um INTERVALO MÍNIMO de 14 DIAS entre as vacinas COVID19 e as diferentes vacinas do Calendário Nacional de Vacinação. Em situações de urgência, como a administração de soros antiofídicos ou vacina antirrábica para profilaxia pós exposição, esse intervalo poderá ser desconsiderado."
O infectologista Renato Kfouri, presidente da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações) e também membro do CTAI, explicou à Globonews que a determinação de não se aplicar diferentes vacinas ao mesmo tempo ocorre a partir das análises do funcionamento dos imunizantes em grupos diversos.
"Esse cuidado de não aplicar a vacina covid junto com outras vacinas tinha por principal objetivo observar os efeitos adversos. Se a gente aplicasse duas, três vacinas no mesmo dia, e algum indivíduo tivesse alguma reação a gente não saberia identificar de que vacina era aquele evento adverso. Então como eram vacinas novas a gente preferiu, neste primeiro momento, manter esse intervalo. Com o passar do tempo a gente viu que essa aplicação simultânea não atrapalha em nada", começou.
E completou: "Pelo contrário, se a gente faz um intervalo, atrapalha a cobertura vacinal de outras [vacinas]", disse o médico, explicando que o intervalo de 14 dias também atrapalharia o avanço da vacinação contra a covid-19 e outras doenças em adolescentes.
Kfouri também explicou que o fim do intervalo entre as vacinas vale para qualquer idade e destacou que há um "atraso vacinal" dos adolescentes que deveriam ter se vacinado no ano passado, mas não foram em razão da pandemia.
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