Prevent Senior: governo de SP apura suposta mudança em atestados de óbitos
O secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, afirmou hoje que o governo criou uma força-tarefa para apurar a suposta alteração de atestados de óbitos de pacientes da Prevent Senior que teriam morrido em decorrência da covid-19, mas tiveram suas mortes registradas de outra forma.
Segundo o secretário, essa investigação vai ser feita pela Secretaria de Estado da Saúde junto com o Serviço de Vigilância Epidemiológica, o Serviço de Vigilância Sanitária e também outros setores técnicos da Secretaria.
"Se identificarmos qualquer ilícito, ele será não apenas lançado para o Ministério Público mas também para a Secretaria de Justiça e Cidadania do estado de São Paulo", explicou, em entrevista à CNN Brasil.
E completou: "É uma obrigação da Secretaria da Saúde para que possamos obter de forma mais rápida as informações e trazer isso a público."
Gorinchteyn esclareceu que a secretaria vai analisar os documentos das pessoas que morreram durante o período da epidemia e que não tiveram a causa da morte registrada como covid-19. A avaliação será feita tanto nos atestados de óbito quanto em prontuários médicos.
O secretário confirmou a informação que havia sido adiantada pelo governador João Doria na entrevista coletiva desta tarde, no Palácio do Bandeirantes. Na ocasião, Doria disse que pediu à secretaria de Saúde que fizesse uma "fiscalização rigorosa" nos procedimentos da Prevent Senior.
"A orientação dada ao secretário da Saúde do estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, é para que inicie imediatamente verificações sobre os procedimentos adotados pela Prevent Senior, que inclusive foram apresentados na CPI do Congresso Nacional e que demonstram procedimentos irregulares", falou o governador.
O caso também está sendo investigado pelo Ministério Público de São Paulo, que também criou uma força-tarefa para apurar os fatos que vieram à tona na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid. A Prevent Senior ainda está sendo investigada pela Polícia Civil e pela própria CPI.
Outro lado
Apesar de uma série de relatos de médicos e pacientes e centenas de documentos colhidos desde o começo do ano por parte da promotoria, a empresa vem argumentando ao MP que não havia orientação direta para uso da hidroxicloroquina ou cloroquina porque os médicos são livres para prescrever o medicamento que julgarem mais adequado para cada paciente.
A empresa também nega que tenha adulterado qualquer estudo clínico. Há suspeita de que pacientes que morreram em decorrência da covid tiveram seus atestados de óbito emitidos sem referência à doença causada pelo coronavírus, como a mãe do empresário Luciano Hang, apoiador do presidente Bolsonaro.
Em depoimento à CPI da Covid, ocorrido ontem, o diretor-executivo da empresa, Pedro Batista Júnior, argumentou que o dossiê contra a operadora enviado à comissão reunindo as denúncias investigadas inclusive pelo MP contém informações "manipuladas" por médicos demitidos da rede. Ele, no entanto, admitiu que a operadora recomendou que os médicos alterassem o CID de pacientes com Covid após 14 ou 21 dias do diagnóstico inicial. A afirmação revoltou o senador Otto Alencar (PSD-BA), que também é médico.
Batista Júnior perdeu o status de testemunha e passou a ser considerado investigado pela CPI da Covid.
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