Pontes: Corte de verbas ameaça construção do Centro Nacional de Vacinas
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, confirmou hoje a deputados que o Centro Nacional de Vacinas da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) está ameaçado de não sair do papel após um corte nas verbas da pasta.
"Os R$ 50 milhões do Centro Nacional de Vacinas estavam previstos", disse o ministro em participação na Comissão de Educação da Câmara.
Na última quinta-feira (7), a pedido do Ministério da Economia, o Congresso aprovou um corte de R$ 600 milhões nos recursos previstos para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, destinando a verba para outras pastas do governo federal.
O corte foi alvo de críticas públicas de Marcos Pontes, que chamou o pedido do Ministério da Economia aprovado pelo Congresso de "falta de consideração" e pediu uma correção "urgentemente".
Na sessão da Comissão de Educação, Pontes disse que não só ele foi "pego de surpresa" pelo corte como também o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) — que, segundo o ministro, prometeu que "vai ajudar" a reaver os recursos cortados e distribuídos.
"Recurso para a ciência não é gasto, é investimento", defendeu Pontes, que disse não querer "discutir o mérito da utilização dos recursos nos outros ministérios".
Centro Nacional de Vacinas
O parque tecnológico para produção e pesquisa na área de vacinas foi anunciado no início de setembro em cerimônia em Brasília que contou com a presença do próprio Marcos Pontes e do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).
Na época, foi anunciado que, para que fosse erguido, R$ 80 milhões seriam investidos no Centro Nacional de Vacinas: R$ 50 milhões por parte do governo federal, e R$ 30 milhões por parte do governo mineiro.
Na ocasião do anúncio, as partes envolvidas na construção do parque tecnológico defenderam que o Centro Nacional de Vacinas permitiria ao Brasil diminuir a dependência de produtos e tecnologia do exterior para a produção de imunizantes, inclusive os contra a covid-19.
O Centro Nacional de Vacinas seria uma remodelação e ampliação do atual CTVacinas (Centro de Tecnologia em Vacinas) e atuaria tanto na produção de imunizantes para humanos como para uso veterinário (animais).
Atualmente, o CTVacinas está atuando no desenvolvimento da vacina contra o novo coronavírus. O pedido para autorização de estudo do imunizante foi feito à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no fim de julho, mas segue sem parecer.
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