Mundo tem pela primeira vez mais de 1 milhão de casos de covid em um dia
O número de novos casos de covid-19 em todo mundo bateu recorde ontem (27), chegando a 1,45 milhão. É a primeira vez desde o início da pandemia que são registrados mais de 1 milhão de novos casos no mundo em um único dia, segundo a plataforma de dados Our World in Data, que reúne dados globais da covid-19.
O recorde anterior havia sido registrado em 23 de abril deste ano, chegando a 904 mil casos. Naquela altura, o mundo vivia a expansão da variante delta do coronavírus e ainda havia avançado pouco na vacinação contra a covid-19. Já o novo recorde, 60% maior que o anterior, ocorre no cenário de crescimento da variante ômicron, em um contexto de vacinação muito mais favorável.
O número extremamente alto pode ser decorrente de resultados de exames represados no período do Natal. Em 23 de dezembro, por exemplo, a quantidade de novos casos já estava se aproximando de 1 milhão (983 mil). Já no dia seguinte, véspera de Natal, começou a cair, atingindo o ponto mais baixo no domingo, 26 de dezembro (472 mil). Então, no primeiro dia útil após as festas, atingiu o recorde de 1,45 milhão.
Para corrigir essa queda artificial aos fins de semana é que se calcula a média de casos dos últimos 7 dias. Mas, levando-se em conta a média, o mundo também teve um recorde de novos casos ontem: 847 mil.
Já o número de novas mortes por covid-19 não está em alta. Também ontem, a plataforma Our World in Data registrou 6.433 mortes —22% delas nos Estados Unidos.
Pico nos EUA e na Inglaterra
Dentre o recorde de 1,45 milhão de novos casos ontem, 35% foram notificados nos Estados Unidos (512 mil) e 22% no Reino Unido (319 mil). Os dois países estão ampliando a testagem como forma de detectar e combater a expansão da covid, principalmente da variante ômicron.
No Reino Unido, por exemplo, foram feitos 1,6 milhão de testes só no dia 22 de dezembro (últimos dados disponíveis na plataforma de dados de covid-19 do governo britânico). É um patamar comparável ao número de testes feitos pelo Reino Unido em um dos piores momentos da pandemia, entre março e abril deste ano. Os dados demonstram o enorme esforço feito pelo país para testar a população neste fim de ano.
Para se testar no Reino Unido, basta fazer o agendamento em um site do governo. Se a pessoa não tem sintomas de covid, por exemplo, recebe gratuitamente em sua residência testes de covid. Já se tem sintomas, pode marcar o teste PCR pela internet, também gratuitamente.
Enquanto isso, o Brasil registrou uma pequena fatia dos novos casos detectados ontem no mundo, apenas 0,5% (cerca de 7 mil). Não é motivo de comemoração. Em um cenário de novo crescimento global da covid-19, o Brasil enfrenta um apagão dos dados desde 10 de dezembro, quando sites e plataformas do Ministério da Saúde sofreram um ataque hacker.
Até agora, 18 dias depois, alguns estados dizem não estar conseguindo acessar os sistemas, prejudicando a atualização dos registros. Ontem, por exemplo, São Paulo, estado com maior número de mortes por covid-19 até agora no Brasil, e Tocantins não informaram novos dados. Sem dados atualizados, não é possível analisar com precisão o estado atual da pandemia no Brasil.
Além disso, os dados disponíveis mostram uma queda acentuada de testes de covid-19 no Brasil. A última divulgação feita pelo Ministério da Saúde contempla até o mês de novembro, apenas. Enquanto em março foram feitos 2,4 milhões de exames, em novembro foram apenas 710 mil.
Neste fim de ano, há relatos na redes sociais de pessoas com dificuldades até para obter testes privados de covid-19 no país.
Na cidade de São Paulo, a Secretaria Municipal de Saúde informou nesta terça-feira (28) que a rede pública só faz testes em quem está com sintomas de covid. Se a pessoa teve contato com alguém com covid mas não apresenta sintomas, não será orientada a fazer o teste de covid na rede pública de saúde. A cidade também informou que, há quase dois anos do início da pandemia, não sabe dizer quantos testes foram feitos mês a mês.
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