Sem dados de São Paulo e Tocantins, Brasil tem média de 96 mortes por covid
O Brasil registrou hoje uma média de 96 mortes pela covid-19, de acordo com o consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte. Os dados estão incompletos pelo 17º dia seguido, desde o ataque hacker sofrido pelo Ministério da Saúde, o que prejudica a análise do cenário atual da pandemia no país. Nesta segunda-feira, não divulgaram números atualizados São Paulo, onde mais morreram pessoas por covid-19 no Brasil até agora, e Tocantins.
A plataforma de dados de São Paulo informa hoje que a falta de atualização decorre "de problemas no sistema federal de notificação de dados da covid-19", desde 10 de dezembro. Já Tocantins não atualiza dados desde o ataque hacker, em 10 de dezembro.
A média de mortes por dia é calculada levando em conta os dados dos últimos sete dias. É considerada a melhor forma de analisar a evolução da pandemia, já que os registros de mortes costumam apresentar quedas artificiais em fins de semana e períodos de feriado, devido ao menor número de profissionais de saúde. A média corrige essas distorções. No fim de semana do Natal, por exemplo, o número de mortes que entrou no sistema não chegou a 30 por dia, dando uma falsa impressão de queda acentuada nos números.
Até agora, segundo os dados disponíveis, 618.575 pessoas morreram de covid-19 no Brasil. Já o número de diagnósticos positivos da doença no país supera 22,2 milhões.
Desconsiderando-se São Paulo e Tocantins, 10 estados e mais o Distrito Federal apresentam tendência de queda de mortes por covid-19. Outros 6 estados vivem momento de estabilidade. Já 8 estados vivem um momento preocupante, de alta na média de mortes pelo coronavírus: Espírito Santo, Amazonas, Amapá, Rondônia, Roraima, Rio Grande do Norte, Goiás e Mato Grosso do Sul.
A comparação é feita em relação à situação de duas semanas antes. Considera-se queda quando a redução é igual ou maior a 15%; alta quando o aumento é igual ou maior que 15%.
Veja a situação por estado e no Distrito Federal
Região Sudeste
- Espírito Santo: queda (-16%)
- Minas Gerais: queda (-66%)
- Rio de Janeiro: queda (-28%)
- São Paulo: dados afetados pelo apagão
Região Norte
- Acre: estabilidade (sem mortes desde 16 de dezembro)
- Amazonas: alta (120%)
- Amapá: alta (100%)
- Pará: queda (-32%)
- Rondônia: alta (31%)
- Roraima: alta (60%)
- Tocantins: dados afetados pelo apagão
Região Nordeste
- Alagoas: queda (-64%)
- Bahia: queda (-35%)
- Ceará: queda (-40%)
- Maranhão: estabilidade (13%)
- Paraíba: estabilidade (-7%)
- Pernambuco: estabilidade (-14,6%)
- Piauí: estabilidade (11%)
- Rio Grande do Norte: alta (17%)
- Sergipe: queda (-100%)
Região Centro-Oeste
- Distrito Federal: queda (-41%)
- Goiás: alta (333%)
- Mato Grosso: queda (-24%)
- Mato Grosso do Sul: alta (157%)
Região Sul
- Paraná: estabilidade (5%)
- Rio Grande do Sul: queda (-22%)
- Santa Catarina: queda (-63%)
Veículos se unem pela informação
Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, g1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.
O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.
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