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China amplia confinamento; número de casos de covid aumenta na Europa e EUA

3.fev.2021 - Membros da OMS que investigam as origens do novo coronavírus chegam ao Instituto de Virologia de Wuhan, na China - Hector Retamal/AFP
3.fev.2021 - Membros da OMS que investigam as origens do novo coronavírus chegam ao Instituto de Virologia de Wuhan, na China Imagem: Hector Retamal/AFP

Da AFP

28/12/2021 08h32Atualizada em 28/12/2021 09h25

A China determinou nesta terça-feira (28) o confinamento de centenas de milhares de cidadãos para conter um foco de coronavírus, ínfimo na comparação com os números recordes de contágios registrados em países europeus e algumas regiões dos Estados Unidos.

A pandemia voltou a acelerar no mundo, com vários países tentando encontrar o equilíbrio entre minimizar os danos econômicos por novas restrições e controlar a propagação do vírus.

Mesmo com um número de casos muito inferior ao das potências ocidentais, a China ordenou que centenas de milhares de moradores da cidade de Yan'an (norte) devem permanecer em casa, depois que mais de 200 casos foram registrados em todo o país, um recorde desde março de 2020.

Desde a contenção da primeira onda de coronavírus, que foi detectado no fim de 2019 em Wuhan, a China aplica uma estratégia de erradicação do vírus, que inclui o fechamento das fronteiras e restrições severas para cortar a propagação diante de qualquer foco.

Os moradores de Yan'an se unem aos 13 milhões de habitantes da cidade próxima de Xi'an, que estão em confinamento há seis dias.

As restrições impostas em Xi'an (os residentes estão proibidos de dirigir seus carros e apenas uma pessoa de cada casa pode sair a cada três dias para comprar alimentos) provocaram muitas ligações para os serviços sociais com pedidos de comida e outros produtos básicos.

"Estou prestes a morrer de fome", escreveu uma pessoa na rede social Weibo. "Não há comida, na minha área residencial não me deixam sair e estou quase sem sopas instantâneas, por favor ajudem", completou.

Caos no setor aéreo

O aumento de casos em vários países foi provocado pela variante ômicron, mais transmissível, e voltou a prejudicar setores já abalados, como as viagens.

Quase 11.500 voos foram cancelados no mundo desde sexta-feira e dezenas de milhares sofreram atrasos em um dos períodos mais movimentados do ano. Muitas companhias aéreas afirmaram que vários funcionários testaram positivos para covid-19.

No México, as autoridades do estado Jalisco (oeste) impediram na segunda-feira o desembarque de um cruzeiro turístico em Puerto Vallarta, após vários casos de covid entre membros da tripulação, o segundo caso similar em quatro dias neste popular destino turístico.

O navio zarpou dos Estados Unidos, onde a variante ômicron, as regiões com taxas de vacinação abaixo do esperado e a falta de acesso rápido e fácil aos testes de diagnóstico estão provocando um forte aumento dos casos.

Embora os contágios diários se aproximem do recorde de 250.000 registrado em janeiro, o presidente Joe Biden disse que o aumento de casos não terá o mesmo impacto que o provocado pela variante delta há alguns meses.

"A ômicron é uma fonte de preocupação, mas não deveria ser uma fonte de pânico", declarou.

Em uma tentativa de evitar a escassez de mão de obra, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos reduziram o período de isolamento para casos assintomáticos de 10 para cinco dias.

Novas medidas

A pandemia de covid-19 provocou mais de 5,4 milhões de mortes no mundo desde dezembro de 2019, segundo um balanço da AFP com base em fontes oficiais, mas a Organização Mundial da Saúde (OMS) acredita que o número real pode ser entre duas e três vezes superior.

Muitos governos tentam acelerar a vacinação com as doses de reforço e alertam que a maioria das hospitalizações e mortes acontece entre pessoas não vacinadas.

Alguns países retomaram medidas restritivas impopulares, prejudiciais para a economia.

A cidade equatoriana de Guayaquil restringiu o funcionamento de bares e casas noturnas, proibiu festas de fim de ano e reduziu a capacidade em centros comerciais, após o aumento de casos de transmissão comunitária da ômicron.

A Alemanha implementará novas restrições nesta terça-feira, incluindo a limitação das reuniões a 10 pessoas entre vacinados e a apenas duas entre não vacinados, o fechamento de casas noturnas e eventos esportivos sem a presença de torcedores.

Com os números recordes de contágio, a França solicitou às empresas que adotem o teletrabalho obrigatório em três dias da semana durante pelo menos três semanas.

Ao mesmo tempo, o primeiro-ministro Jean Castex anunciou que no final da semana deve reduzir os períodos de quarentena e isolamento para pessoas infectadas e seus contatos.

A nova onda de covid também afeta o calendário esportivo. Na Premier League inglesa, 103 jogadores e integrantes de comissões técnicas testaram positivo na última semana e 15 partidas foram adiadas em dezembro.