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Pasternak: Ômicron pode sobrecarregar hospitais mesmo sendo menos grave

Do UOL, em São Paulo

30/12/2021 13h59Atualizada em 30/12/2021 14h43

Para a microbiologista Natalia Pasternak, estudos indicando que, de fato, a ômicron é menos agressiva que outras variantes da covid-19 — ou seja: provoca menos casos graves — são animadores, mas há uma "questão numérica" que preocupa.

A "questão numérica", no caso, seria o fato de análises também indicarem que a variante ômicron se espalha muito mais rapidamente do que outras variantes — e, em menor grau, ainda leva pessoas a hospitais por complicações e sintomas mais fortes.

"É uma questão estatística: ela espalha tanto, contamina tanto, que, afinal das contas, você vai ter muita gente adoecendo, que pode ficar com doença grave e precisar de hospitalização", disse Pasternark ao UOL News - Tarde, programa do Canal UOL.

Isso pode sobrecarregar os sistemas de saúde. Não como vimos no início da pandemia, mas é uma preocupação grande. Natalia Pasternark, microbiologista.

A cientista também criticou quem, usando como base os indícios de que a ômicron é menos agressiva que outras variantes, fala sobre a possibilidade de se promover uma "imunidade de rebanho" por meio da contaminação em massa da população.

"O que cria imunidade de rebanho é a vacina, e a gente tem. Precisamos vacinar o mundo, e não deixá-lo doente", argumentou. "Se a gente tem vacinas e podemos prevenir, porque vamos arriscar uma estratégia estapafúrdia?", provocou.

A vacinação em massa é reconhecida como a medida mais eficaz contra a covid-19, protegendo, especialmente, contra a evolução da doença para quadros graves, como internação e morte pelo vírus.