Covid: Brasil tem quase 100 mil novos casos conhecidos de covid em 24 h

Nas últimas 24 horas, o Brasil registrou 97.221 novos casos conhecidos de covid-19. A média móvel de casos está em alta desde 29 de dezembro e hoje ficou em 60.072. Os dados são do consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte.

Desde março de 2020, o Brasil teve 22.815.827 casos conhecidos da doença a partir de testes. Mesmo altos, esses números ainda podem estar subnotificados porque os dados da pandemia no Brasil ainda sofrem impacto do apagão nos sistemas do Ministério da Saúde, alvo de um ataque hacker em dezembro

Relacionadas

Grande maioria dos internados em hospitais não é vacinada, diz Queiroga

Rio: Em 13 dias, janeiro bate recorde mensal de casos de covid da pandemia

Frente de prefeitos pede liberação de autotestes ao ministério e à Anvisa

Além disso, na quarta-feira, a Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica) recomendou priorizar a testagem para pacientes com sintomas graves, por avaliar que há um "risco real de desabastecimento".

Com uma aceleração inédita durante a pandemia, o número de casos conhecidos de covid-19 explodiu esta semana no país, o que fez a média móvel de sete dias superar o pico da primeira onda registrada em 2020. A projeção é que, nos próximos dias, o número de casos supere o recorde da segunda onda.

Segundo o painel de dados do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), ontem o país registrou 87.471 novos casos conhecidos, fazendo a média móvel alcançar 52.271.

O crescimento de casos este ano impressiona. Dez dias antes, em 3 de janeiro, foram 11.850 novos casos registrados —alta de 737%, algo inédito para um mesmo período durante toda a pandemia.

Média móvel de mortes acelera

Hoje ficou em 126 a média móvel de mortes, que calcula a média diária de mortes a partir dos números dos últimos sete dias. Esse número tem aumentado de forma moderada desde o começo do mês. A tendência, no entanto, é de aceleração de 29% em todo país.

Centro-Oeste (23%), Norte (119%) e Sul (73%) estão em tendência de alta. A região Nordeste (-7%) segue em estabilidade, enquanto o Sudeste apresenta queda de -67%.

Sete estados e o Distrito Federal estão em queda, oito em estabilidade, e 11 em aceleração. Isso não necessariamente espelha a verdadeira variação de cada um deles, já que muitos dados foram afetados pelo apagão no sistema do Ministério da Saúde.

Desde as 20h de ontem também foram registradas 190 mortes pela doença. No total, 620.609 pessoas já perderam a vida em decorrência da covid-19 no país. Acre, Alagoas, Amapá, Rio Grande do Norte e Roraima não registraram nenhuma morte nas últimas 24 horas.

Veja a situação por estado e no Distrito Federal

Região Sudeste

• Espírito Santo: queda (-29%)

• Minas Gerais: alta (22%)

• Rio de Janeiro: queda (-31%)

• São Paulo: alta (87%)

Região Norte

• Acre: estabilidade (0%)

• Amazonas: alta (44%)

• Amapá: queda (-43%)

• Pará: alta (181%)

• Rondônia: alta (24%)

• Roraima: queda (-100%)

• Tocantins: estabilidade (0%)

Região Nordeste

• Alagoas: alta (300%)

• Bahia: alta (105%)

• Ceará: queda (-32%)

• Maranhão: estabilidade (14%)

• Paraíba: queda (-31%)

• Pernambuco: estabilidade (-11%)

• Piauí: alta (44%)

• Rio Grande do Norte: queda (-33%)

• Sergipe: estabilidade (0%)

Região Centro-Oeste

• Distrito Federal: queda (-31%)

• Goiás: estabilidade (0%)

• Mato Grosso: alta (165%)

• Mato Grosso do Sul: alta (30%)

Região Sul

• Paraná: alta (85%)

• Rio Grande do Sul: estabilidade (14%)

• Santa Catarina: estabilidade (-12%)

Veículos se unem pela informação

Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, g1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.

O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.