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Grande maioria dos internados em hospitais não é vacinada, diz Queiroga

Do UOL*, em São Paulo

13/01/2022 11h31Atualizada em 13/01/2022 14h32

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, falou hoje ao receber o primeiro lote de vacinas infantis contra covid-19 que a maioria dos internados pela doença hoje em hospitais e UTIs é formada por pessoas que não foram imunizadas.

A fala se opõe à posição do presidente Jair Bolsonaro (PL), crítico da vacinação, que afirma não ter sido imunizado contra o novo coronavírus.

Aqueles que se internam nos hospitais e nas unidades de terapia intensiva, a grande maioria são indivíduos não vacinados.
Marcelo Queiroga, ministro da Saúde

Queiroga reiterou o pedido que tem feito frequentemente para que as pessoas tomem a segunda dose e a de reforço, em meio à alta de casos provocada pela transmissão da variante ômicron.

"Países que estão fortemente vacinados, como o Brasil, têm mais possibilidade de passar pela variante ômicron e outras variantes que, por acaso, surjam desse vírus que tem grande capacidade de gerar mutações", continuou o ministro.

'Vacina infantil mostra-se segura'

Queiroga disse também que a vacina pediátrica contra covid-19 tem se mostrado segura nos locais em que já é aplicada. Alguns países começaram a imunizar crianças entre 5 e 11 anos em novembro do ano passado.

"Apesar de recentes, essas vacinas têm sido aplicadas nos principais sistemas de saúde no mundo. Começou em novembro, sobretudo nos Estados Unidos, onde mais de 8 milhões de doses foram aplicadas em crianças de 5 a 11 anos, e não tem sido notificados eventos adversos maiores", declarou. "Portanto, até o que sabemos no momento, existe segurança atestada, não só pela Anvisa, mas por outras agências regulatórias, para aplicação dessas vacinas".

O ministro falou que a pasta, juntamente com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e a indústria farmacêutica, irá monitorar de perto eventuais efeitos adversos da vacinação.

Queiroga disse que o Brasil receberá 20 milhões de doses da vacina pediátrica da Pfizer até o final de março.

O primeiro lote dessas vacinas chegou ao Brasil nessa madrugada no aeroporto de Viracopos, em Campinas, e foi posteriormente levado a Guarulhos, onde fica o centro de distribuição do ministério. A pasta já divulgou uma previsão de chegada do imunizante aos estados.

Mais testes para detectar covid-19

O ministro também informou que a pasta irá distribuir 28 milhões de testes para detecção da covid-19 aos estados até o final do mês —destes, 13 milhões serão entregues até o dia 15.

"É necessário que estados e municípios se associem nessa questão da testagem, porque quem testa são os municípios, não o ministério. Sem os municípios e os secretários municipais, não tem testagem ou vacina", disse.

A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) divugou uma nota ontem em que alerta para a possibilidade de falta de testes e orientou que os associados priorizem pacientes graves e de grupos de risco.

A Abramed sugeriu suspender testes em assintomáticos e casos leves, e que esses pacientes devem permanecer em isolamento.

Saúde veta entrada de repórteres no evento

O Ministério da Saúde convidou a imprensa para a apresentação das primeiras doses da vacina infantil da Pfizer, mas a presença de repórteres foi vetada na sede da IBI Logística, em Guarulhos (SP), onde ficarão armazenados os imunizantes.

Procurada pelo Estadão, a Saúde informou não se tratar de coletiva de imprensa e que, por isso, foi permitida somente a entrada de profissionais do audiovisual.

No anúncio do evento consta que o ministro Marcelo Queiroga "convida a imprensa para acompanhar o recebimento do primeiro lote de vacinas covid-19" destinadas ao público infantil. No informe também fica registrada a informação de que "será permitida apenas a entrada de um cinegrafista ou fotógrafo por veículo".

"O Ministério da Saúde esclarece que a área de armazenamento onde foram recebidas as vacinas contém insumos sensíveis, portanto a circulação de pessoas é restrita e controlada ao menor número possível. A prioridade foi garantir as imagens de forma igualitária para todos os veículos de imprensa", justificou a pasta.

*Com informações da Reuters e Estadão Conteúdo