Brasil tem recorde da pandemia com mais de 130 mil casos conhecidos em 24 h
Nas últimas 24 horas, o Brasil teve 132.254 novos testes positivos de covid-19 conhecidos, a maior quantidade de casos registrados entre um dia e outro desde o início da pandemia. A média móvel de casos — que calcula média diária de casos a partir dos números dos últimos sete dias — está em alta desde 29 de dezembro e hoje ficou em 83.630, com aceleração de 575%. Os dados são do consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte.
Desde março de 2020, o Brasil teve 23.215.551 casos notificados da doença a partir de testes.
A variação é calculada comparando a média com o mesmo índice de 14 dias atrás. Se o valor ficar abaixo de -15%, indica tendência de queda; acima de 15%, aceleração; entre os dois valores, significa estabilidade.
Hoje, o Piauí revisou seus dados e, com isso, ficou com 8.246 casos negativos. Segundo a secretaria de Saúde do estado, quando o E-SUS voltou a funcionar, foram contabilizados como positivos todos os dados que estavam represados. Os municípios notaram o problema e a pasta estadual corrigiu hoje o erro.
Mesmo altos, esses números ainda podem estar subnotificados porque os dados da pandemia no Brasil ainda sofrem impacto do apagão nos sistemas do Ministério da Saúde, alvo de um ataque hacker em dezembro. Além disso, na semana passada, a Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica) recomendou priorizar a testagem para pacientes com sintomas graves, por avaliar que há um "risco real de desabastecimento".
Desde as 20h de ontem também foram registradas 317 mortes pela doença. No total, 621.578 pessoas já perderam a vida em decorrência da covid-19 no país.
Um dos principais responsáveis pelo aumento neste número, São Paulo afirmou que seus 117 óbitos podem ser de números que estavam represados por conta do período em que os sistemas do Ministério da Saúde ficaram fora do ar.
Acre, Roraima e Sergipe não registraram mortes.
Média de mortes em aceleração
A média móvel de mortes da última semana está em 185 e segue em aceleração (88%) pelo sexto dia seguido.
Também apresentam tendência de alta as regiões Centro Oeste (70%), Norte (193%) e Sul (132%). O Nordeste (-4%) está em estabilidade e o Sudeste (-63%) em queda.
Um estado está em queda, cinco estados e o DF em estabilidade e dezenove em aceleração. O Acre não divulgou os dados de hoje.
Veja a situação por estado e no Distrito Federal
Região Sudeste
- Espírito Santo: alta (71%)
- Minas Gerais: alta (35%)
- Rio de Janeiro: alta (21%)
- São Paulo: alta (192%)
Região Norte
- Acre: não divulgou dados hoje
- Amazonas: alta (100%)
- Amapá: estabilidade (0%)
- Pará: alta (116%)
- Rondônia: estabilidade (11%)
- Roraima: estabilidade (0%)
- Tocantins: estabilidade (0%)
Região Nordeste
- Alagoas: alta (300%)
- Bahia: alta (46%)
- Ceará: alta (88%)
- Maranhão: alta (136%)
- Paraíba: estabilidade (10%)
- Pernambuco: queda (-22%)
- Piauí: alta (117%)
- Rio Grande do Norte: alta (140%)
- Sergipe: alta (67%)
Região Centro-Oeste
- Distrito Federal: estabilidade (0%)
- Goiás: alta (74%)
- Mato Grosso: alta (79%)
- Mato Grosso do Sul: alta (111%)
Região Sul
- Paraná: alta (61%)
- Rio Grande do Sul: alta (62%)
- Santa Catarina: alta (173%)
Veículos se unem pela informação
Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, g1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.
O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.
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