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Ministério da Saúde é culpado por doses erradas em crianças, diz Vecina

Colaboração para o UOL

18/01/2022 09h16Atualizada em 18/01/2022 15h13

Fundador da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e colunista do UOL, Gonzalo Vecina acredita que o Ministério da Saúde tem responsabilidade direta pela aplicação de doses vencidas da vacina contra covid-19 para adultos em crianças.

"Esse sujeito [ministro Marcelo Queiroga] é um crápula. O Ministério da Saúde está ausente do processo de vacinação, seis meses sem coordenador do PNI (Plano Nacional de Imunização), não estamos fazendo campanha de vacinação. Essa responsabilidade é exclusiva do Ministério da Saúde", afirmou Vecina ao UOL News hoje.

Queiroga relatou que 48 crianças com idades entre 5 e 11 anos receberam a dose errada da vacina contra o novo coronavírus no município de Lucena, localizado na região metropolitana de João Pessoa, na Paraíba, e precisam ser monitoradas para apuração de possíveis efeitos adversos.

Em entrevista à CNN Brasil, o ministro disse que todas as crianças receberam as doses antes da distribuição das vacinas específicas aprovadas pelo Ministério da Saúde e pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), e acabaram recebendo o imunizante contra a covid-19 com a dose "três vezes mais elevada", o que ele classificou como "um erro vacinal".

No domingo (16), o secretário de Saúde da Paraíba, Geraldo Medeiros, informou que pelo menos 60 crianças de 4 a 9 anos foram vacinadas indevidamente com doses vencidas e destinadas para adultos na zona rural de Lucena.

CoronaVac em crianças

Gonzalo Vecina ainda avalia que a aplicação da CoronaVac em crianças deve ser autorizada pela Anvisa ainda hoje. "A aprovação da CoronaVac é questão de horas. Eu acho que tem grandes chances [de ser liberada hoje]. Existem dados suficientes sobre ser uma vacina muito segura, a mais aplicada no mundo."

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) realizou ontem mais uma reunião para decidir se irá aprovar ou não a CoronaVac, do Instituto Butantan, para ser aplicada em pessoas de 3 a 17 anos de idade. No encontro, a agência apresentou uma parte dos dados sob análise, cedidos pelo Instituto Butantan. Novas fases da avaliação foram estabelecidas para se chegar a um veredito.

Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, afirmou que foi entregue para a Anvisa um "dossiê extenso" e que "não está faltando nada" para ser aprovada como opção para crianças e adolescentes. A decisão pode sair ainda essa semana.