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Empresa que atrasou entrega de vacina foi denunciada por propina, diz site

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, com os secretários recebem os lotes de vacinas da Pfizer. Ao fundo, caminhão da IBL - Walterson Rosa/Divulgação/Ministério da Saúde
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, com os secretários recebem os lotes de vacinas da Pfizer. Ao fundo, caminhão da IBL Imagem: Walterson Rosa/Divulgação/Ministério da Saúde

Do UOL, em São Paulo

23/01/2022 10h09

Envolvida em problemas de distribuição das vacinas pediátricas, a empresa IBL (Intermodal Brasil Logística) já foi denunciada pelo MPF (Ministério Público Federal) por um esquema de propina na Superintendência da Zona Franca de Manaus.

O caso foi revelado hoje pelo portal Metrópoles e aponta que a empresa, contratada pelo Ministério da Saúde para ser responsável pelo armazenamento e distribuição das doses para crianças, teria subornado supervisores para conseguir autorizações, por exemplo, sem a necessidade de vistorias.

Segundo a reportagem, na defesa da ação a empresa disse que a denúncia do MPF tem "argumentos frágeis dissociados de elementos indiciários idôneos, ainda que escondidos por detrás de uma retórica bem engendrada".

A denúncia do órgão aponta que o suborno também traria benefícios com incentivos fiscais. A ação de 2016, no entanto, não foi aceita pela Justiça.

"Vistoriadores da Suframa facilitavam o ingresso de produtos, sem a devida conferência, "sequer da documentação necessária", como narra a denúncia", diz a reportagem. O vistoriador Homero Cordeiro Tavares era o principal nome envolvido nas negociações.

Segundo a denúncia, ele seria responsável por coordenar a arrecadação da propina e distribuir o dinheiro entre os outros envolvidos.

As suspeitas de suborno teriam acontecido em 2007 e levaram 31 pessoas denunciadas pelo MPF. O presidente da IBL, Jonatas Spina Borlenghi e o gerente, Neil da Silva Araújo, que, segundo o Metrópole, admitiu envolvimento da empresa no esquema.

Sem experiência

Reportagem da Folha de S. Paulo mostrou que o Ministério da Saúde contratou a IBL sem a empresa ter experiência prévia no transporte de vacinas do sistema público.

O contrato da empresa com o governo foi assinado em dezembro, sem licitação, no valor de R$ 62,2 milhões. O UOL noticiou que os estados relataram problemas na entrega das doses para crianças.

A demora no transporte entre aeroportos e centros de distribuição locais colocou em risco a estabilidade das vacinas, por exemplo.