Comitê de associação médica pede anulação de portaria que defende kit covid
O Comitê Extraordinário de Monitoramento da Covid-19 da AMB (Associação Médica Brasileira) publicou hoje uma nota de repúdio e pediu a anulação de uma portaria do Ministério da Saúde, que defende o "kit covid" e coloca dúvidas sobre a vacinação contra o coronavírus.
Um dos principais remédios do kit covid, que normalmente é composto apenas por tratamentos ineficazes, é a hidroxicloroquina. Para a AMB, o documento da Saúde "em uma tabela desastrosa, tenta induzir erroneamente o entendimento que Hidroxicloroquina/Cloroquina tem comprovação de eficácia e é segura".
Além disso, a nota de repúdio disse que os argumentos do ministério não possuem "a menor sustentação científica" e são compostos "exclusivamente por pontuações falaciosas".
O comitê de monitoramento da covid-19 também acusou a portaria do governo de desacreditar "as vacinas contra covid, rotulando como sem efetividade e com dúvidas sobre a segurança".
A nota do Ministério da Saúde vai de encontro a uma série de estudos e orientações sanitárias pelo mundo. Ela foi assinada pelo secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde da pasta, Hélio Angotti Neto, em uma tentativa de barrar as diretrizes que contraindicam o "kit covid" no tratamento ambulatorial e hospitalar da doença.
O UOL entrou em contato com o Ministério da Saúde e aguarda resposta.
Profissionais de saúde repudiam portaria
Ontem, mais de 45 mil professores, pesquisadores e profissionais da saúde assinaram uma carta de repúdio à nota técnica do Ministério da Saúde.
O abaixo-assinado aberto em um site de petições on-line no sábado (22) pede com urgência a adoção das normas que barrariam o "kit covid" aprovadas em dois turnos pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema de Saúde).
*Com informações da Agência Estado
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