G20: o que é, países-membros e como funciona evento presidido pelo Brasil
O Brasil ocupa em 2024, pela primeira vez, a presidência do G20, e o Rio de Janeiro irá sediar o encontro da Cúpula de Líderes entre segunda (18) e terça-feira (19) no MAM (Museu de Arte Moderna).
Reuniões preparatórias aconteceram no decorrer do ano para a realização do encontro. Saiba quais temas serão debatidos e como funciona a discussão entre as maiores economias globais.
O que é o G20 e por que foi criado?
G20 é uma abreviação para "Grupo dos Vinte", que surgiu em 1999 após uma crise financeira na Ásia. O grupo reúne países desenvolvidos e emergentes que possuem protagonismo econômico. Os membros representam cerca de 85% do PIB (Produto Interno Bruto), mais de 75% do comércio, e cerca de dois terços da população mundial, segundo números da organização.
A criação do grupo teve como objetivo central a estabilidade econômica do planeta, centralizando discussões para melhorias políticas e sociais. Em 2008, por conta de outra crise financeira global, o grupo tornou periódicas as reuniões entre os membros.
Aumento na abrangência dos temas. Além de economia, o encontro atualmente também discute desenvolvimento sustentável, meio ambiente, saúde, energia e agricultura.
Os países-membros do G20
O grupo tem 19 países-membros. Duas associações regionais também fazem parte: União Africana e a União Europeia.
- África do Sul
- Alemanha
- Arábia Saudita
- Argentina
- Austrália
- Brasil
- Canadá
- China
- Coreia do Sul
- Estados Unidos
- França
- Índia
- Indonésia
- Itália
- Japão
- México
- Reino Unido
- Rússia
- Turquia
Como funciona e quais serão os temas?
Presidência é rotativa. A cada ano, um país é escolhido para liderar o G20. Cabe ao país que sedia o encontro formular a agenda do período, além de ser o anfitrião da reunião. O presidente do grupo também define quais serão os temas debatidos durante o evento.
Brasil assumiu a presidência do grupo em 1º de dezembro de 2023 e passará o bastão para a África do Sul no final deste ano. O Brasil elegeu como prioridades de sua Presidência o debate sobre combate à fome, pobreza e desigualdade; o desenvolvimento sustentável e a reforma da governança global.
A Cúpula do G20 reúne os chefes de Estado ou de Governo dos países membros. O clube, portanto, negocia acordos ao longo do decorrer do ano. A assinatura acontece justamente no último dia da reunião de cúpula, com os membros firmando compromissos econômicos e sociais.
Como acontecem os debates?
Reuniões preparatórias para o encontro. Foram feitas 130 reuniões virtuais e presenciais dos grupos de trabalho e forças-tarefas que integram o G20. Essas discussões são nomeadas como duas trilhas: Sherpas e Finanças. Entenda como elas funcionam abaixo:
- Trilha de Sherpas: é formada por emissários pessoais dos líderes do G20, que tem entre as suas demandas coordenar a maior parte do trabalho, supervisionar as negociações e discutir os pontos que formam a agenda da cúpula. No Brasil, o coordenador desta trilha é o embaixador Maurício Lyrio, secretário de assuntos econômicos e financeiros do Itamaraty. A Trilha de Sherpas é composta por 15 grupos de trabalho, duas forças-tarefa e uma Iniciativa.
- Trilha de Finanças: tem na sua agenda temas macroeconômicos e estratégicos. Ela é comandada pelos ministros das Finanças e presidentes dos Bancos Centrais dos países-membros. A coordenadora neste ano é a economista e diplomata Tatiana Rosito, secretária de assuntos internacionais do Ministério da Fazenda. São sete grupos técnicos da Trilha de Finanças, além de três forças-tarefa.
O sistema da troika conduz o processo do G20 e reúne as presidências atual, anterior e seguinte. Os três membros cooperam entre si na preparação da Cúpula. O Brasil trabalhará em colaboração com a Índia (presidência de 2023) e a África do Sul (presidência de 2025).
A reunião da Cúpula de Líderes é o principal encontro do evento, que irá reunir chefes de Estado e de governo. Ela vai acontecer nos dias 18 e 19 de novembro, no MAM (Museu de Arte Moderna), no Rio de Janeiro.
As últimas cúpulas do G20
- 2015: Antália, Turquia
- 2016: Hangzhou, China
- 2017: Hamburgo, Alemanha
- 2018: Buenos Aires, Argentina
- 2019: Osaka, Japão
- 2020: Riad, Arábia Saudita
- 2021: Roma, Itália
- 2022: Bali, Indonésia
- 2023: Nova Déli, Índia
- 2024: Rio de Janeiro, Brasil