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Secretário de SP critica anúncio de Queiroga de fim de estado de emergência

O secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, em coletiva no Palácio dos Bandeirantes - Sergio Andrade/Governo de São Paulo
O secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, em coletiva no Palácio dos Bandeirantes Imagem: Sergio Andrade/Governo de São Paulo

Leonardo Martins

Do UOL, em São Paulo

17/04/2022 22h25

O secretário de Saúde do estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, criticou a decisão do ministério da Saúde de encerrar a situação de emergência sanitária nacional devido à pandemia da covid-19. O ministro Marcelo Queiroga disse hoje que irá editar nos próximos dias um ato normativo para encerrar a Espin (Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional).

Ao UOL, Gorinchteyn afirmou discordar da ação do ministro. "É uma atitude intempestiva. Não poderia acontecer nesse momento. Hoje temos um país desigual na vacinação. Não falo de São Paulo, que é uma realidade muito diferente do Brasil", afirmou.

A Espin (Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional), decretada pelo governo federal em 2020, possibilita a compra de materiais hospitalares por bens públicos com mais celeridade, além da aplicação emergencial de vacinas aprovadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) — é o caso da CoronaVac, que ainda depende deste aval de emergência para ser aplicada no país.

Queiroga, em discurso feito em cadeia nacional de rádio e televisão, atribuiu a decisão à "melhora do cenário epidemiológico, à ampla cobertura vacinal da população e a capacidade de assistência do SUS [Sistema Único de Saúde]", mas frisou que o encerramento da medida não significa o fim da doença no país.

Jean Gorinchteyn citou que alguns estados brasileiros registram taxas menores de 70% de vacinados com duas doses. É o caso, por exemplo, de Roraima e do Maranhão, que têm 48,17% e 58,72% da população totalmente vacinada, respectivamente, conforme apontam dados do consórcio de veículos de imprensa que o UOL integra.

"Seguramente temos que entender que temos de manter as estratégias. Elas ajudam os estados tanto para compra de insumos para covid, para as vacinas, as restrições. Temos de ter essa compreensão", concluiu Gorinchteyn.

A covid-19 continua sendo a doença que mais mata no país, apontam dados mais recentes dos cartórios de registro civil. Neste domingo (17), o Brasil registrou 18 novas mortes pela covid-19 e média móvel de 100 mortes pela doença na última semana. Os dados são do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte.