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Homem com coração de porco transplantado morreu por insuficiência cardíaca

O americano David Bennett, de 57 anos, morreu em março deste ano por insuficiência cardíaca, não por rejeição do coração de porco transplantado que recebeu - Divulgação/Universidade de Maryland
O americano David Bennett, de 57 anos, morreu em março deste ano por insuficiência cardíaca, não por rejeição do coração de porco transplantado que recebeu Imagem: Divulgação/Universidade de Maryland

Colaboração para o UOL

09/07/2022 09h37Atualizada em 09/07/2022 09h37

O americano David Bennett, de 57 anos, morreu em março deste ano por insuficiência cardíaca, não por rejeição do coração de porco transplantado que recebeu. Portanto, os médicos envolvidos no primeiro transplante do tipo ainda o consideram um sucesso.

Em janeiro, o paciente dos Estados Unidos se tornou a primeira pessoa no mundo a receber um transplante de coração geneticamente modificado de um porco. Ele havia sido considerado inelegível para um transplante humano - decisão que costuma ser tomada quando o paciente está com a saúde muito debilitada.

Segundo a emissora NBC News, médicos envolvidos no estudo da Universidade de Maryland Medicine disseram em um artigo no mês passado que um "conjunto complexo de fatores" causou insuficiência cardíaca, de acordo com um comunicado à imprensa.

"Nossas descobertas na autópsia não mostraram evidências de rejeição", disse o co-líder do estudo Dr. Bartley Griffith, professor de transplantes da Faculdade de Medicina da Universidade de Maryland, que também é diretor clínico do programa de xenotransplante cardíaco da faculdade.

"Em vez disso, vimos um espessamento e posterior enrijecimento do músculo cardíaco, levando à insuficiência cardíaca diastólica, o que significa que o músculo cardíaco não conseguiu relaxar e encher o coração de sangue como deveria", acrescentou.

Possíveis causas

O coração pode ter falhado porque uma droga que deveria prevenir a rejeição e infecção pode ter danificado o músculo, disseram os envolvidos nos estudos.

"O coração também continha evidências de DNA de um vírus latente de porco chamado citomegalovírus suíno, através de testes altamente sensíveis que foram detectados pela primeira vez várias semanas após a cirurgia e posteriormente confirmados durante a autópsia do órgão", disse o comunicado.

A possibilidade de o vírus ter danificado o coração está sob investigação.

Ainda de acordo com a NBC News, os envolvidos no transplante informaram que medidas de controle de infecção estavam em vigor e o coração havia sido testado pouco antes do procedimento. A infecção foi confirmada durante a autópsia.

"Consideramos que esta é uma experiência de aprendizagem importante", disse o co-líder do estudo Dr. Muhammad M. Mohiuddin. "Sabendo o que sabemos agora, alteraremos algumas de nossas práticas e técnicas no futuro."