SP: Governo determina que Butantan importe CoronaVac para vacinar crianças
O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), disse hoje ter determinado que Instituto Butantan importe 10 milhões de doses da vacina contra covid-19 CoronaVac para começar a imunização de crianças de 3 a 4 anos.
"Determinei que o Instituto Butantan faça a importação das vacinas para poder produzir 10 milhões de doses. Tomamos essa decisão hoje, antes mesmo da inclusão no PNI [Programa Nacional de Imunizações], para que a gente tenha vacina suficiente para vacinar as crianças de São Paulo e colocá-las à disposição do Ministério da Saúde para vacinar as crianças do Brasil", disse, em nota.
Garcia prevê que as vacinas cheguem no próximo mês, em agosto.
Em nota, o Butantan disse que vai importar a quantidade de matéria-prima necessária para produzir imunizantes para todas as crianças de 3 a 5 anos do país. "A determinação do governador Rodrigo Garcia visa disponibilizar, o mais rápido possível, o imunizante ao Ministério da Saúde", afirmaram.
Ontem, Garcia declarou que o estado não tinha estoque suficiente do imunizante para começar a campanha para essa faixa etária. "Os estoques nas prefeituras não dão para todos aqueles que têm direito à vacinação, só aqui em São Paulo há 1,1 milhão de crianças no estado inteiro que têm direito, e não temos ela em estoque", disse.
Segundo ele, o Butantan aguardava que o Ministério da Saúde incluísse a CoronaVac para essa faixa etária no PNI para iniciar a produção. As vacinas são enviadas aos estados pelo Ministério da Saúde —e, depois, encaminhadas aos municípios. Procurado, o governo federal informou que recomenda que sejam utilizados os estoques existentes nos estados e municípios e segue em tratativas para comprar novas doses da Coronavac, que é a vacina recomendada para essa faixa etária.
O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Daniel Pereira, espera que a entrega desses imunizantes seja feita em até 30 dias, tempo para ver quantas doses serão necessárias.
O Butantan, entretanto, tinha suspendido a fabricação da CoronaVac, já que não havia propostas do Ministério da Saúde para comprar mais doses. A última produção foi finalizada em outubro. A vacina, que foi a primeira a ser aplicada no país, ainda não tem registro definitivo na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Na semana passada, o governo federal liberou a imunização de crianças de 3 a 5 anos com a CoronaVac após a Anvisa aprovar, por unanimidade, o uso emergencial do imunizante para essa faixa etária. Até então, a aplicação era autorizada apenas em crianças a partir de 6 anos no país.
Capital começou a vacinação hoje
A cidade de São Paulo começou hoje a vacinar crianças de 3 e 4 anos que tenham comorbidades, deficiências ou que sejam indígenas. O público estimado é de cerca de 15 mil crianças.
A vacinação não começará para o público geral dessa faixa etária porque São Paulo não tem doses suficientes da Coronavac. Na capital paulista, ao todo, há mais de 313 mil crianças entre 3 e 4 anos, sendo 155 mil com 3 anos e 158 mil com 4 anos.
Para levar o seu filho para receber o imunizante, é necessário apresentar documento de identidade e comprovante da condição de saúde com carimbo e CRM do médico, como receitas e relatórios que sejam emitidos há, no máximo, dois anos.
Crianças que não tenham comorbidades ou deficiências podem ser inscritas para a xepa, ou seja, para receberem o imunizante caso haja sobras. A inscrição pode ser feita em unidade próxima à residência ou escola.
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