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Morte de brasileiro é a primeira por varíola dos macacos fora da África
Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), a morte do brasileiro de 41 anos por varíola dos macacos, confirmada ontem (28), é a primeira fora do continente africano. Por enquanto, os dados oficiais da entidade ainda apontam para 5 mortes, não atualizando com esse óbito e de outros que possam vir a ser confirmados. Isso porque a última atualização se deu na segunda-feira (25) e ao longo da semana não houve mortes conhecidas pela doença pelo mundo.
Os países com mortes por varíola dos macacos até agora são:
- Nigéria - 3 mortes
- República Centro-Africana - 2 mortes
Segundo a secretaria de saúde de Minas Gerais, o paciente vitimado era imunossuprimido porque tratava também um câncer, o que agrava o quadro clínico. A letalidade da varíola dos macacos ainda é considerada baixa.
Segundo a OMS, a letalidade desse tipo de varíola fica de 3% a 6%, bem menores do que a varíola já erradicada, que matava 30% dos infectados em média.
Além da morte, o Brasil ainda conta com 978 casos confirmados, sendo os mais recentes em 3 crianças e 3 adolescentes no estado de São Paulo. O estado é o que mais soma casos da doença, com 744 casos.
O governador do estado, Rodrigo Garcia (PSDB), disse hoje que está negociando a compra da vacina produzida na Dinamarca e que também busca que o Instituto Butantan possa produzir uma vacina nacional.
A varíola dos macacos já é considerada uma emergência em saúde global, o que mobiliza governos de todo o mundo a buscarem soluções em prevenção e tratamento. Pelo planeta são 18 mil casos, em pelo menos 78 países.
A doença é uma zoonose viral, isto é, infecciosa que passa de animais para humanos, causada pelo vírus de mesmo nome (varíola dos macacos). Este vírus é membro da família de Orthopoxvirus, a mesma do vírus da varíola, doença já erradicada entre os seres humanos.
O primeiro caso em humanos foi notificado em 1970, na República Democrática do Congo, e desde então a doença tem sido detectada em países nas regiões central e ocidental da África, sendo considerada endêmica lá, ou seja, com incidência relativamente constante ao longo dos anos.
Somente em 2003 a doença foi registrada fora daquele continente, naquele ano ocorreu um surto nos Estados Unidos.
A doença começa com febre, fadiga, dor de cabeça, dores musculares, ou seja, sintomas inespecíficos e semelhantes a um resfriado ou gripe. Em geral, de a 1 a 5 dias após o início da febre, aparecem as lesões cutâneas (na pele), que são chamadas de exantema ou rash cutâneo (manchas vermelhas). Essas lesões aparecem inicialmente na face, espalhando para outras partes do corpo.
A varíola dos macacos não se espalha facilmente entre as pessoas, a proximidade é fator necessário para o contágio. Sendo assim, a doença ocorre quando o indivíduo tem contato muito próximo e direto com um animal infectado (acredita-se que os roedores sejam o principal reservatório animal para os humanos) ou com outros indivíduos infectados por meio das secreções das lesões de pele e mucosas ou gotículas do sistema respiratório.
Há uma incidência grande da doença entre homens que tenham feito sexo com outros homens, mas a varíola não é uma doença sexualmente transmissível e por isso qualquer pessoa está suscetível a ela.
A varíola dos macacos tende a ser leve e, geralmente, os pacientes se recuperam em algumas semanas sem tratamento específico, apenas com repouso, muita hidratação oral, medicações para diminuir o prurido e controle de sintomas como febre ou dor.
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