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Ministério da Saúde confirma 1ª morte por varíola dos macacos no Brasil

Do UOL, em São Paulo

29/07/2022 11h05Atualizada em 01/09/2022 12h01

O Ministério da Saúde confirmou hoje a primeira morte por varíola dos macacos no país, em Minas Gerais.

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, um homem de 41 anos morreu em um hospital de Belo Horizonte ontem (28). Ainda segundo a secretaria, o paciente estava em acompanhamento hospitalar para monitoramento de outras condições clínicas graves.

Apenas cinco pessoas morreram pela doença em todo o mundo durante o surto atual, de acordo com dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) divulgados ontem. A entidade ainda não se manifestou sobre a vítima no Brasil.

De acordo com o boletim mais recente do ministério, 1.066 casos da doença foram registrados no país, a maioria em São Paulo e no Rio de Janeiro. O ministério está tratando a doença como surto, o primeiro estágio da evolução de contágio, antes de epidemia e pandemia. O surto acontece quando há o aumento repentino do número de casos de uma doença em uma região específica, maior que o esperado pelas autoridades.

O secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, disse que a pasta entendeu que precisava aumentar o nível de alerta para a doença. "Os primeiros casos eram importados, tinham clara relação com viagens a países com surto ativo, mas hoje no Brasil, temos transmissão comunitária. Aí a grande importância das pessoas, ao sentirem qualquer sintoma, procurarem uma Unidade Básica de Saúde", afirmou.

O Ministério disse ontem que montará um grupo para coordenar a resposta, com a participação de várias instituições de saúde, como o Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde), Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e a Opas, braço da OMS nas Américas.

Ainda não há vacina disponível para a doença no país, mas a pasta diz que negocia a compra. "A pasta tem buscado as alternativas céleres para aquisição da vacina e articulado com a OPAS/OMS as tratativas para aquisição do imunizante. Dessa forma, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) poderá definir a melhor estratégia de imunização para o Brasil", afirmou em nota.

Veja o número de casos por estado:

  • São Paulo: 823
  • Rio de Janeiro: 124
  • Minas Gerais: 44
  • Paraná: 21
  • Distrito Federal: 15
  • Goiás: 13
  • Bahia: 5
  • Ceará: 4
  • Santa Catarina: 4
  • Rio Grande do Sul: 4
  • Pernambuco: 3
  • Rio Grande do Norte: 2
  • Espírito Santo: 2
  • Tocantins: 1
  • Acre: 1

Quais os sintomas da varíola dos macacos?

A doença começa com febre, fadiga, dor de cabeça, dores musculares, ou seja, sintomas inespecíficos e semelhantes a um resfriado ou gripe.

Em geral, de a 1 a 5 dias após o início da febre, aparecem lesões na pele, que são chamadas de exantema ou rash cutâneo (manchas vermelhas). Essas lesões aparecem inicialmente na face, espalhando para outras partes do corpo. Elas vêm acompanhadas de coceira e aumento dos gânglios

Vale ressaltar que uma pessoa é contagiosa até que todas as cascas caiam —as casquinhas contêm material viral infeccioso— e que a pele esteja completamente cicatrizada.

De acordo com a OMS, até o momento, apenas 10% dos pacientes tiveram de ser internados por causa da doença e já são mais de 18 mil casos registrados no planeta.

Como é a transmissão da varíola dos macacos?

A varíola dos macacos não se espalha facilmente entre as pessoas —a proximidade é fator necessário para o contágio. Sendo assim, a doença ocorre quando o indivíduo tem contato muito próximo e direto com um animal infectado (acredita-se que os roedores sejam o principal reservatório animal para os humanos) ou com outros indivíduos infectados por meio das secreções das lesões de pele e mucosas ou gotículas do sistema respiratório.

A transmissão pode ocorrer também pelo contato com objetos contaminados com fluidos das lesões do paciente infectado —isso inclui contato a pele ou material que teve contato com a pele, por exemplo as toalhas ou lençóis usados por alguém doente.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Informações anteriores da Secretaria de Saúde de Minas Gerais diziam que o homem era natural de Uberlândia. Na verdade, ele nasceu em Pará de Minas, a cerca de 90 km de Belo Horizonte. O texto foi atualizado.