Topo

Tarcísio sanciona projeto de bolsonaristas e derruba passaporte da vacina

Tarcísio sancionou com vetos projeto de lei sobre o passaporte da vacina - Isadora de Leão Moreira/Governo do Estado de São Paulo/24.jan.2023
Tarcísio sancionou com vetos projeto de lei sobre o passaporte da vacina Imagem: Isadora de Leão Moreira/Governo do Estado de São Paulo/24.jan.2023

Do UOL, em São Paulo

15/02/2023 08h04Atualizada em 15/02/2023 09h08

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sancionou com vetos um projeto de lei de deputados bolsonaristas que proíbe a exigência do cartão de vacinação contra a covid-19 para acesso a locais públicos e privados no estado. O texto foi publicado hoje no Diário Oficial.

O documento prevê que não haverá mais obrigatoriedade da apresentação do documento, exceto aos profissionais de saúde — a justificativa é que eles podem ter contato com pessoas mais propensas a desenvolver formas graves da doença, como idosos e imunossuprimidos.

Até então, eventos como shows e até provas de vestibulares como a Fuvest exigiam a comprovação de vacinação.

Foi vetado o artigo que previa proibir a exigência do documento para a realização de atendimento médico ou ambulatorial, inclusive para cirurgias eletivas, nos serviços de saúde públicos ou privados.

O governador também vetou outros artigos, como o que proibia a exigência do documento para servidores públicos e para ingresso em escolas públicas ou privadas — algumas instituições públicas de ensino superior paulista adotaram a exigência do comprovante.

O projeto de lei é de autoria de deputados aliados ou ex-aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). São eles:

  • Janaina Paschoal (PSL);
  • Altair Moraes (Republicanos);
  • Carlos Cezar (PSB);
  • Castello Branco (PSL);
  • Coronel Nishikawa (PSL);
  • Coronel Telhada (PP);
  • Agente Federal Danilo Balas (PSL);
  • Delegado Olim (PP);
  • Douglas Garcia (PTB);
  • Gil Diniz (sem partido);
  • Leticia Aguiar (PSL);
  • Major Mecca (PSL);
  • Marta Costa (PSD);
  • Valeria Bolsonaro (PRTB);
  • Frederico d'Avila (PSL);
  • Tenente Nascimento (Republicanos).

Alta cobertura vacinal

O governo justificou que o estado atingiu os mais altos índices de cobertura vacinal do país —com mais de 90% da população imunizada— e que reforçará o trabalho de conscientização com a realização de campanhas de vacinação para todas as idades.

A vacina é a principal forma de defesa contra o vírus e evita desfechos graves da infecção, como hospitalização e mortes, como já destacaram vários especialistas e estudos.

A Secretaria de Saúde e o Governo de SP são favoráveis à vacina e entendemos que ela é o melhor instrumento que une custo e efetividade para a prevenção de doenças. O que está em discussão é apresentação do comprovante em determinadas situações Eleuses Paiva, secretário estadual de Saúde, em nota divulgada

O Brasil teve no domingo (12) o primeiro dia com zero mortes por covid-19 notificadas desde o início da pandemia, segundo dados reunidos pelo Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde).

A marca pode representar uma nova desaceleração da doença, mas não significa, necessariamente, a ausência de vítimas naquele dia.

"Nunca estivemos tão perto" do ponto em que o vírus não represente mais uma emergência mundial, destacou a líder da OMS (Organização Mundial da Saúde) para a covid-19, Maria Van Kerkhove, em entrevista ao jornal O Globo:

Temos ferramentas que podem salvar vidas, como no atendimento clínico com antivirais e outras terapias, e com as vacinas, que são seguras e eficazes para prevenir doença grave e a mortes. Se as pessoas recebem o reforço e doses adicionais, sabemos que esse nível de proteção permanece muito alto por algum tempo. Então estamos em um estágio diferente, nunca estivemos tão perto de acabar com a emergência.