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Vacinação em território yanomami é antecipada para este sábado (25)

A vacinação de indígenas no território Yanomami foi antecipada para este sábado (25) pelo Ministério da Saúde - Athit Perawongmetha/Reuters
A vacinação de indígenas no território Yanomami foi antecipada para este sábado (25) pelo Ministério da Saúde Imagem: Athit Perawongmetha/Reuters

Do UOL, em São Paulo

25/02/2023 13h58

A vacinação no território yanomami, em Roraima, foi antecipada para este sábado (25) pelo Ministério da Saúde. A medida visa fazer frente à emergência de saúde pública enfrentada pelos indígenas.

Inicialmente, a campanha de vacinação estava prevista para começar na próxima semana, juntamente com o restante do país.

Foram enviadas para o território yanomami 20 mil doses de vacinas bivalentes contra a covid-19, além de imunizantes contra hepatite, vírus influenza e outras doenças.

Ampliar as coberturas vacinais dos yanomamis, assim como de todos os indígenas, é prioridade do Ministério da Saúde. Antecipar a ação no território é uma medida para mitigar a grave situação de desassistência em saúde encontrada na região"
Weibe Tapeba, secretário de Saúde Indígena do ministério, em nota divulgada pela pasta

Em 20 de janeiro, foi decretada Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional no território yanomami. Coordenada pelo Ministério da Saúde, a iniciativa tem o objetivo de enfrentar casos de desnutrição extrema e malária, entre outros problemas.

Terra Indígena Yanomâmi sofre com garimpo

Maior do país em extensão territorial, a Terra Indígena Yanomami sofre com o garimpo, que gera contaminação da terra e dos rios por mercúrio e compromete a oferta de alimentos saudáveis. No começo da emergência, a estimativa era de que 20 mil garimpeiros vivessem na região.

Após o começo da iniciativa, o Ibama empreendeu ações para destruir a estrutura do garimpo no território e corredores aéreos foram abertos pela Força Aérea Brasileira para que pessoas envolvidas com a atividade saíssem do local.

Só entre 20 de janeiro e 15 de fevereiro, 3.900 atendimentos de saúde a yanomamis foram realizados pelo Ministério da Saúde. Pelos cálculos do órgão, oito em cada 10 crianças que sofriam com desnutrição grave ganharam peso no período.

Não há dados oficiais sobre quantas mortes ocorreram na terra indígena depois do início da emergência. Entretanto, apenas em um dos hospitais da região, houve registro de dois óbitos de crianças nos 11 primeiros dias de fevereiro.

Em 21 de janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visitou o Território Yanomâmi para ver de perto a situação dos indígenas. À época, ele se impressionou com o que viu:

"Se alguém me contasse que aqui em Roraima tinham pessoas sendo tratadas da forma desumana como o povo yanomami é tratado aqui, eu não acreditaria"