Com Zé Gotinha, Lula lança campanha e é vacinado contra covid por Alckmin
Ao som de "olê, olê, olá", o presidente Lula (PT) recebeu hoje a quinta dose da vacina contra a covid-19, aplicada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), médico, em um posto de saúde do Guará, no Distrito Federal.
O ato marca o lançamento da Mobilização Nacional pela Vacinação, em conjunto com o Ministério da Saúde, e reforça o símbolo do Zé Gotinha, mascote que ajuda nas campanhas de imunização infantil.
Pelo amor de Deus, não sejam irresponsáveis. Se tiver vacina, vá lá tomar a vacina, porque a vacina é a única garantia que você tem de não morrer por falta de responsabilidade, é uma garantia de vida. Por isso, hoje tomei minha quinta vacina e, se tiver sexta, vou tomar a sexta, se tiver a sétima, vou tomar a sétima."
Lula, na campanha de vacinação
Na ação, foram utilizadas doses bivalentes, uma atualização que protege contra a cepa original do coronavírus e contra as subvariantes ômicron.
Zé Gotinha em destaque. O personagem, criado nos anos 1980 para marcar a vacinação contra a poliomielite —e símbolo da vacinação infantil no país—, havia sido deixado de lado pelo governo Jair Bolsonaro (PL) e seu retorno tornou-se promessa de campanha de Lula.
Durante a eleição, no ano passado, o petista usava o sumiço do personagem para criticar a política de vacinação de Bolsonaro contra a covid-19. Nesta tarde, antes das autoridades subirem ao palco, o personagem foi aplaudido pelo público no posto de saúde.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, ecoou um discurso semelhante ao de Lula no evento de hoje: "Vacina é vida, vacina é SUS. É o movimento em defesa da vida, união e reconstrução, viva a volta do Zé Gotinha".
O Zé Gotinha representa só amor e nada mais do que isso. Vamos todo mundo tomar vacina para que o Brasil fique curado da pandemia."
Lula
No palco, Lula brincou que sentiu dor ao receber a injeção de Alckmin e mostrou seu cartão de vacinação, em outro aceno crítico a Bolsonaro. O ex-presidente diz que nunca se imunizou contra a covid, mas impôs sigilo em seu cartão.
'Civilidade política'
A imagem feita hoje, de Lula com Alckmin, faz ainda referência a uma cena de 2008, durante seu segundo mandato. Em campanha para incentivar a população a se vacinar contra a gripe, Lula foi vacinado pelo então governador paulista, José Serra (PSDB), um rival político.
Durante a campanha, a ação era lembrada por Lula como exemplo de "civilidade política" em premissa para criticar a gestão Bolsonaro.
Além de Lula, foram imunizados na ação de hoje representantes do grupo prioritário da nova vacinação contra a covid-19, como idosos acima de 70 anos e uma gestante.
Nesse primeiro momento, também serão vacinados imunossuprimidos, pessoas que vivem em instituições de forma permanente, indígenas, ribeirinhos e quilombolas.
Em seguida, a expectativa do governo é vacinar:
- Idosos entre 60 e 69 anos;
- Trabalhadores da saúde;
- Puérperas;
- Pessoas com deficiência permanente;
- População privada de liberdade.
O restante da população deve esperar anúncios do governo para saber quando se vacinar de novo contra o coronavírus.
Presentes no evento, a governadora Celina Leão (PP) e a secretária de Saúde do DF, Lucilene Queiroz, foram vaiadas pela plateia. De maioria apoiadora do presidente petista, houve gritos de "Ih, fora!" quando seus nomes foram anunciados no microfone.
Vice do governador afastado Ibaneis Rocha (MDB), Celina tem se aproximado de Lula após os atentados de 8 de janeiro, em Brasília, mas sempre foi mais próxima de Bolsonaro. Durante a pandemia, Ibaneis também teve uma política alinhada à de Bolsonaro, embora tenha tomado vacina. Lucilene assumiu a secretaria em junho de 2022.
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