Candida auris: Bebê é primeiro paciente com superfungo no estado de SP
O estado de São Paulo registrou o primeiro caso do superfungo Candida auris. O paciente está sob acompanhamento de uma equipe médica.
O que aconteceu:
Caso foi identificado em um recém-nascido, no dia 18 de maio, pelo Hospital da Mulher da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). O patógeno pode infectar o sangue, levando a casos agressivos e muitas vezes letais, especialmente para pessoas imunossuprimidas.
O bebê apresenta "boa evolução clínica" e recebe acompanhamento de médicos do hospital.
A Secretaria de Saúde do estado informou que "todas as medidas de contenção da disseminação estão sendo adotadas, com ampla investigação em relação aos profissionais e pacientes do hospital".
Nenhum profissional ou paciente do hospital foi diagnosticado com o fungo até agora. A unidade de saúde continuará com rastreamentos e reforço das medidas para conter o contágio.
Origem ainda é desconhecida
Ainda não é possível saber a origem da Candida auris no Brasil. A espécie foi identificada pela primeira vez no cateter de um paciente num hospital de Salvador, em dezembro de 2020.
Outros nove casos foram notificados em Pernambuco, levando até ao isolamento total do Hospital Miguel Arraes, em Paulista.
O nível de alerta cresceu bastante durante a pandemia de covid-19, que aumentou em muito o número de internações longas em todo o mundo. Isso porque pacientes graves passam muito tempo da UTI, tomando corticóide e, dependendo do caso, em ventilação mecânica —fatores que são riscos para infecções fúngicas.
O que se sabe sobre o Candida auris?
Organismos do gênero Candida são conhecidos por causar infecções orais e vaginais bastante comuns nos seres humanos, como a candidíase, que é combatida com fungicidas vendidos em qualquer farmácia.
A Candida auris causa grande preocupação nas autoridades sanitárias por ser resistente à maioria dos fungicidas existentes, o que levou ao apelido de superfungo. A espécie produz o que os cientistas chamam de biofilme, camada protetora que a torna resistente ao fluconazol, à anfotericina B e ao equinocandinao, três dos principais compostos antifúngicos. Além disso, o patógeno é difícil de identificar, podendo ser confundindo, em laboratórios, com outras espécies de Candida.
Outra característica que torna a espécie preocupante é sua capacidade de sobreviver por meses em superfícies como macas, móveis e instrumentos. É possível, por exemplo, que indivíduos saudáveis transportem o fungo entre unidades hospitalares sem saber.
A transmissão se dá somente pelo contato direto com objetos ou pessoas infectadas, uma das poucas características que favorecem sua contenção. Até hoje, por exemplo, nunca foi identificada uma infecção por Candida auris fora do ambiente hospitalar.
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