Pasternak diz que pandemia seria 'menos desastrosa em outro governo'

Para a microbiologista Natália Pasternak, o Brasil teria "resultados menos desastrosos" durante a pandemia de covid-19 se o país não fosse governado por Jair Bolsonaro (PL). Ao Alt Tabet, do Canal UOL, ela reforçou que "outro governo" teria adotado uma postura em defesa da ciência, o que resultaria em menos mortes e mais eficácia no combate ao vírus que matou mais de 700 mil brasileiros.

Foi uma combinação muito ruim você ter um governo explicitamente negacionista, que negava ciência, vacinas. Então ter essa situação no meio da maior emergência sanitária que a gente enfrentou neste século. Foi uma combinação extremamente infelizNatália Pasternak, microbiologista

A cientista disse que estudos científicos comprovam que mortem poderiam ter sido evitadas. "Temos números disso. Tabalhos científicos que mostraram que o excesso de mortes causadas pela pandemia no Brasil poderiam ter sido evitadas com políticas públicas baseadas em ciência, com mais campanhas de vacinação, se a gente não tivesse tido um governo tão negacionista na época. Acho que dificilmente qualquer outro governo conseguiria ser tão ruim".

Pasternak crítica constelação familiar no judiciário

Natália afirmou que a constelação familiar se enquadra entre as práticas consideradas como pseudociência pela falta de evidências científicas de sua eficácia. "A constelação familiar é uma pseudociência preconceituosa, machista, racista, que revitimiza pessoas, principalmente mulheres vítimas de violência doméstica e de agressão".

Recorrer a essa prática para solucionar casos jurídicos "é algo muito sério", afirmou. "[Isso] se infiltrou no nosso judiciário na área de resolução de conflitos e tem relatos de diversas mulheres que se viram submetidas a essas sessões de constelação familiar, onde a gente vê absurdos de mulheres induzidas a pedirem desculpas aos seus agressores em nome da 'harmonia da família'".

Pasternak diz que psicanálise é pseudociência: 'Sem comprovação científica'

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A microbiologista Natália Pasternak afirmou que a psicanálise é uma pseudociência pela falta de "evidências empíricas" de sua eficácia no tratamento de pessoas. Ao Alt Tabet, do Canal UOL, a especialista destacou que as pessoas podem gostar e enxergar um "valor literário" na psicanálise, mas que isso por si só não é suficiente para tornar a técnica uma prática com "comprovação científica".

Pasternak reforçou sua tese de que a psicanálise é uma pseudociência com grande número de adeptos. "A psicanálise, dentro da ciência, é considerada uma pseudociência, porque não apresenta evidências empíricas, científicas, de funcionar como uma prática clínica para tratar pessoas da mesma maneira que outras vertentes de psicologia comportamental. Então, nesse aspecto, a psicanálise, para a ciência, não é considerada científica. Agora dizer que as pessoas gostam, que veem um valor literário, cultural, são outros aspectos que não entram na seara da ciência".

Pasternak reforçou sua tese de que a psicanálise é uma pseudociência com grande número de adeptos. "A psicanálise, dentro da ciência, é considerada uma pseudociência, porque não apresenta evidências empíricas, científicas, de funcionar como uma prática clínica para tratar pessoas da mesma maneira que outras vertentes de psicologia comportamental. Então, nesse aspecto, a psicanálise, para a ciência, não é considerada científica. Agora dizer que as pessoas gostam, que veem um valor literário, cultural, são outros aspectos que não entram na seara da ciência".

A especialista admitiu que estudos clínicos na área de psicologia são complicados, porque é "difícil isolar todas as variáveis do mesmo jeito que você isola quando está testando um medicamento", sobretudo pelos "fatores de confusão". "Agora o interessante é que quando você pega todos os estudos clínicos que foram feitos com a psicanálise e que identificaram esses fatores de confusão, tem alguns fatores de confusão que trazem justamente esse elemento humano e que, daí, confundem a própria eficácia da psicanálise como método para tratar pessoas".

Nesse sentido, Pasternak reforçou sua crença de que não é a psicanálise, mas sim a relação do paciente com o terapeuta que traz resultado ao tratamento. "Tem um estudo fala que a presença, a empatia, a relação com o terapeuta é muito mais importante para o desfecho [do tratamento] do que a técnica que o terapeuta usa. Então se tem boa relação de troca [entre paciente e profissional], quando bate o santo, isso é muito mais importante para o desenvolvimento do caso clínico da pessoa, do que a técnica que o terapeuta está usando, se é psicanálise, psicologia comportamental ou outra coisa.

É muito difícil a gente testar isso, porque não é uma coisa tão direta quanto testar uma vacina. Mas tem estudos muito bem feitos que apontam para essa direção, de que não é a psicanálise, é a relação com o terapeuta, com uma pessoa bacana, com um amigo [que ajuda no tratamento].

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Natália Pasternak é coautora do livro "Que bobagem!: pseudociências e outros absurdos que não merecem ser levados a sério". Na obra, ela apresenta práticas populares no Brasil, entre as quais a psicanálise, mas que para ela não têm evidências científicas que corroborem sua eficácia para tratar pessoas.

Alt Tabet no UOL


Toda quarta, Antonio Tabet conversa com personagens importantes da política, esporte e entretenimento. Os episódios completos ficam disponíveis no Canal UOL e no Youtube do UOL. Assista à entrevista completa com Natália Pasternak:

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