Coronavírus mata mais negros em Estados dos EUA, indicam dados preliminares
O novo coronavírus está matando negros em índices mais elevados do que a população em geral dos Estados Unidos, de acordo com números preliminares de Louisiana, Michigan e Illinois, que autoridades dizem apontar para disparidades no acesso a cuidados e atendimento de saúde.
Os números foram informados por autoridades estaduais e municipais em entrevistas sobre o coronavírus, incluindo o governador da Louisiana, John Edwards, que disse que mais de 70% das 512 pessoas mortas pelo vírus em seu Estado até segunda-feira eram negras, um percentual muito maior do que aquele que os negros representam na população, que é cerca de 33%.
Autoridades do Michigan também disseram que o coronavírus está vitimando de maneira desproporcional os negros, já que estes respondem por 40% das mortes do Estado e 14% de sua população. Até terça-feira, o Michigan tinha 18.970 casos confirmados e 845 mortes.
Os dados são preliminares e não são nacionais, nem explicam o que está causando as disparidades. Mas líderes comunitários e autoridades de saúde pública disseram que o fato pode refletir tanto níveis mais altos de doenças subjacentes que tornam os negros mais vulneráveis quanto níveis de acesso possivelmente menores aos sistemas de saúde.
Reagindo aos dados preliminares, o chefe do serviço de saúde pública dos EUA, Jerome Adams, disse na terça-feira que os negros norte-americanos têm mais probabilidade de desenvolver doenças cardíacas, diabetes e hipertensão.
Diabetes, doenças cardíacas e problemas pulmonares de longo prazo são as doenças subjacentes mais comuns entre os norte-americanos hospitalizados com a Covid-19, a doença respiratória causada pelo novo coronavírus, disse o Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) em um relatório publicado em 31 de março. Uma de cada cinco pessoas necessitadas de tratamento intensivo não tem tais enfermidades, disse a entidade.
QuanTez Pressley, um pastor de 33 anos da Terceira Igreja Batista da Nova Esperança de Detroit, disse que problemas como a falta de acesso a alimentos frescos e pessoas aglomeradas em moradias estreitas "tornam os indivíduos de comunidades marginalizadas mais vulneráveis aos piores resultados da pandemia".
Ao longo da última semana, algumas autoridades do CDC e vários departamentos de saúde estaduais confidenciaram que os dados que estão recebendo dos hospitais são incoerentes, o que atribuem ao caos de se tentar manter pessoas vivas em meio à pandemia. Eles disseram que houve instâncias em que planos de saúde não preencheram os campos que fornecem informações demográficas sobre os pacientes.
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