Mulá Ajundzada, de juiz islâmico a líder dos talibãs afegãos
Cabul, 25 Mai 2016 (AFP) - O mulá Hebatullah Ajundzada, designado nesta quarta-feira líder dos talibãs afegãos, foi um alto magistrado durante os cinco anos em que esta milícia islamita governou o país e foi responsável por vários de seus veredictos mais duros.
Ele foi nos últimos anos um grande colaborador de seu antecessor, Akhtar Mansur, morto no sábado passado em um ataque executado por um drone americano no Paquistão.
O mulá Ajundzada, com idade por volta de 50 anos, filho de um teólogo, é natural de Kandahar, sul do Afeganistão, assim como seus dois predecessores à frente dos talibãs, os mulás Omar (falecido em 2013) e Mansur.
Ajundzada entrou para os talibãs em meados dos anos 1990 no Paquistão, onde sua família buscou refúgio durante a ocupação soviética (1978-89).
Após a instauração do regime islamita em 1996, Ajundzada atuou na função de juiz responsável pelos assuntos dos talibãs, de acordo com o analista paquistanês Rahimulah Yusafzai.
Ao contrário de Omar e Mansur, ganhou fama nos tribunais corânicos e não nos campos de batalha. É considerado o autor de vários regulamentos para a aplicação das leis corânicas de acordo com as rigorosas interpretações do islã pregadas pelos talibãs.
Em 2001, após a expulsão dos talibãs do poder pela invasão americana, Ajundzada se refugiou no Paquistão e durante algum tempo comandou uma mesquita, segundo Yusafzai.
Além disso, era o diretor para assuntos judiciais da insurreição islamita, de acordo com um porta-voz dos talibãs.
Ajundzada foi auxiliar do mulá Mansur - que havia sido nomeado líder dos talibãs em julho de 2015, depois de comandar o grupo nas sombras por alguns anos -, ao lado de Sirajuddin Haqqani, chefe de uma importante rede insurgente de mesmo nome e grande aliado dos talibãs.
De acordo com uma fonte talibã, Ajundzada teria sido designado como sucessor pelo próprio Mansur.
"Representa o status quo", disse Yusafzai.
"Levará adiante a mesma política do mulá Mansur. Não negociará", opinou, em referência às tentativas de aproximação do governo afegão.
O mulá Ajundzada foi designado porque é um dos dirigentes talibãs mais veteranos, segundo o analista Amir Rana.
"É um dos mais idosos e mais experientes. Foi eleito para acabar com todas as dissidências", afirmou Rana.
"Ele considerado um partidário das negociações de paz, mas não pode fazer nada sem o consenso da shura", o organismo de direção dos talibãs, completou Rana.
bur-cnp/fp
Ele foi nos últimos anos um grande colaborador de seu antecessor, Akhtar Mansur, morto no sábado passado em um ataque executado por um drone americano no Paquistão.
O mulá Ajundzada, com idade por volta de 50 anos, filho de um teólogo, é natural de Kandahar, sul do Afeganistão, assim como seus dois predecessores à frente dos talibãs, os mulás Omar (falecido em 2013) e Mansur.
Ajundzada entrou para os talibãs em meados dos anos 1990 no Paquistão, onde sua família buscou refúgio durante a ocupação soviética (1978-89).
Após a instauração do regime islamita em 1996, Ajundzada atuou na função de juiz responsável pelos assuntos dos talibãs, de acordo com o analista paquistanês Rahimulah Yusafzai.
Ao contrário de Omar e Mansur, ganhou fama nos tribunais corânicos e não nos campos de batalha. É considerado o autor de vários regulamentos para a aplicação das leis corânicas de acordo com as rigorosas interpretações do islã pregadas pelos talibãs.
Em 2001, após a expulsão dos talibãs do poder pela invasão americana, Ajundzada se refugiou no Paquistão e durante algum tempo comandou uma mesquita, segundo Yusafzai.
Além disso, era o diretor para assuntos judiciais da insurreição islamita, de acordo com um porta-voz dos talibãs.
Ajundzada foi auxiliar do mulá Mansur - que havia sido nomeado líder dos talibãs em julho de 2015, depois de comandar o grupo nas sombras por alguns anos -, ao lado de Sirajuddin Haqqani, chefe de uma importante rede insurgente de mesmo nome e grande aliado dos talibãs.
De acordo com uma fonte talibã, Ajundzada teria sido designado como sucessor pelo próprio Mansur.
"Representa o status quo", disse Yusafzai.
"Levará adiante a mesma política do mulá Mansur. Não negociará", opinou, em referência às tentativas de aproximação do governo afegão.
O mulá Ajundzada foi designado porque é um dos dirigentes talibãs mais veteranos, segundo o analista Amir Rana.
"É um dos mais idosos e mais experientes. Foi eleito para acabar com todas as dissidências", afirmou Rana.
"Ele considerado um partidário das negociações de paz, mas não pode fazer nada sem o consenso da shura", o organismo de direção dos talibãs, completou Rana.
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