Forças curdas e árabes retomam cidade síria de Manbij
Beirute, 24 Jun 2016 (AFP) - Combatentes árabes e curdos apoiados pela coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos entraram nesta quinta-feira (23) em Manbij, reduto do grupo Estado Islâmico (EI) no norte da Síria, um avanço importante em sua ofensiva para reconquistar a cidade.
De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), na cidade estão sendo travados ferozes combates entre as Forças Democráticos Síria (FDS) e os extremistas, alvo de pesados bombardeios da coalizão internacional.
Por essa cidade, situada na província de Aleppo, passa a estrada usada pelos extremistas para se abastecer entre a fronteira turca e Raqa, a capital de fato do EI na Síria, localizada mais a leste.
Dominadas pelos curdos, as FDS lançaram sua ofensiva em 31 de maio em Manbij e, desde essa data, recuperou o controle de várias aldeias próximas até então nas mãos do EI.
"As FDS entraram em Manbij pela frente sul, apoiadas pelos bombardeios da coalizão", disse à AFP o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman.
Segundo ele, dezenas de milhares de civis continuam presos na cidade, de onde 8.000 pessoas conseguiram fugir desde o início da ofensiva.
As FDS entraram em Manbij depois de tomar o controle do povoado de Qanat el-Sheikh Tabash, localizado ao sudoeste da cidade, acrescentou Rahman.
Mas, ressaltou, "seu avanço será lento em razão das minas terrestres e dos explosivos espalhados pelos extremistas", uma tática utilizada para frear o avanço das tropas.
Houve "combates de rua violentos", e dois membros das FDS morreram na explosão de uma mina em uma das residências dessa cidade em poder do EI desde 2014, completou o diretor do OSDH.
Civis mortos em explosãoAs FDS cercam Manbij há dez dias, mas os ataques suicidas quase diários dos extremistas impediram a entrada na cidade mais cedo.
O avanço dos combatentes árabes e curdos também é lento por outro motivo: a presença de civis que podem ser usados como escudos humanos, outra tática usada com frequência pelos extremistas do EI no vizinho Iraque.
Seis civis, entre eles um menino, morreram na explosão de uma mina quando fugiam de Manbij, segundo o OSDH.
Em outra frente de combate na guerra na Síria, as forças do regime, com a ajuda dos bombardeios e dos militares da Rússia, seu principal aliado, tentavam ganhar terreno na direção da província de Raqa, vizinha de Aleppo, depois de serem forçadas esta semana a recuar em razão de uma contraofensiva dos extremistas.
As forças pró-regime estão estacionadas na fronteira entre as províncias de Aleppo e Raqa.
Mais cedo, o OSDH relatou que três soldados russos ficaram gravemente feridos na terça-feira (21), quando uma mina terrestre colocada pelos extremistas explodiu na passagem do veículo em que estavam. Moscou negou a informação.
"Estão vivos e com boa saúde", garantiu o Ministério russo da Defesa, citado pela agência de notícias RIA Novosti.
Estados Unidos e Rússia defendem facções rivais na Síria, mas concordam com a necessidade de derrotar o EI, responsável por atrocidades e por ataques sangrentos em vários países.
A guerra na Síria começou em 2011 depois que o regime reprimiu de maneira sangrenta uma revolta popular pedindo a renúncia do presidente Bashar al-Assad.
Inicialmente, havia dois campos: os rebeldes e o regime, mas logo entraram em ação os extremistas, bem como vários atores regionais e internacionais.
O conflito militar já causou mais de 280.000 mortes e forçou milhões de pessoas a deixar suas casas.
Ponte aéreoNo plano humanitário, o coordenador humanitário da ONU para a Síria, Yacoub El Hillo, anunciou que as Nações Unidas iniciarão em julho uma ponte aéreo entre Damasco e Qamishli, uma cidade do nordeste da Síria de maioria curda. Atualmente, essa localidade está inacessível por estrada.
Situada perto da fronteira turca, Qamishli não pôde receber ajuda por via terrestre "desde o início de 2014", explicou a porta-voz do Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU, Bettina Luescher.
A partir de julho, a ONU espera fazer chegar ajuda humanitária a 1,2 milhão de civis, que vivem em zonas sitiadas, ou de difícil acesso, anunciou o chefe de Operações Humanitárias da ONU, Stephen O'Brien, que disse ter pedido a Damasco autorização para ter acesso a 35 zonas.
lar-rh/tp/iw/erl/mb/mr/tt
De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), na cidade estão sendo travados ferozes combates entre as Forças Democráticos Síria (FDS) e os extremistas, alvo de pesados bombardeios da coalizão internacional.
Por essa cidade, situada na província de Aleppo, passa a estrada usada pelos extremistas para se abastecer entre a fronteira turca e Raqa, a capital de fato do EI na Síria, localizada mais a leste.
Dominadas pelos curdos, as FDS lançaram sua ofensiva em 31 de maio em Manbij e, desde essa data, recuperou o controle de várias aldeias próximas até então nas mãos do EI.
"As FDS entraram em Manbij pela frente sul, apoiadas pelos bombardeios da coalizão", disse à AFP o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman.
Segundo ele, dezenas de milhares de civis continuam presos na cidade, de onde 8.000 pessoas conseguiram fugir desde o início da ofensiva.
As FDS entraram em Manbij depois de tomar o controle do povoado de Qanat el-Sheikh Tabash, localizado ao sudoeste da cidade, acrescentou Rahman.
Mas, ressaltou, "seu avanço será lento em razão das minas terrestres e dos explosivos espalhados pelos extremistas", uma tática utilizada para frear o avanço das tropas.
Houve "combates de rua violentos", e dois membros das FDS morreram na explosão de uma mina em uma das residências dessa cidade em poder do EI desde 2014, completou o diretor do OSDH.
Civis mortos em explosãoAs FDS cercam Manbij há dez dias, mas os ataques suicidas quase diários dos extremistas impediram a entrada na cidade mais cedo.
O avanço dos combatentes árabes e curdos também é lento por outro motivo: a presença de civis que podem ser usados como escudos humanos, outra tática usada com frequência pelos extremistas do EI no vizinho Iraque.
Seis civis, entre eles um menino, morreram na explosão de uma mina quando fugiam de Manbij, segundo o OSDH.
Em outra frente de combate na guerra na Síria, as forças do regime, com a ajuda dos bombardeios e dos militares da Rússia, seu principal aliado, tentavam ganhar terreno na direção da província de Raqa, vizinha de Aleppo, depois de serem forçadas esta semana a recuar em razão de uma contraofensiva dos extremistas.
As forças pró-regime estão estacionadas na fronteira entre as províncias de Aleppo e Raqa.
Mais cedo, o OSDH relatou que três soldados russos ficaram gravemente feridos na terça-feira (21), quando uma mina terrestre colocada pelos extremistas explodiu na passagem do veículo em que estavam. Moscou negou a informação.
"Estão vivos e com boa saúde", garantiu o Ministério russo da Defesa, citado pela agência de notícias RIA Novosti.
Estados Unidos e Rússia defendem facções rivais na Síria, mas concordam com a necessidade de derrotar o EI, responsável por atrocidades e por ataques sangrentos em vários países.
A guerra na Síria começou em 2011 depois que o regime reprimiu de maneira sangrenta uma revolta popular pedindo a renúncia do presidente Bashar al-Assad.
Inicialmente, havia dois campos: os rebeldes e o regime, mas logo entraram em ação os extremistas, bem como vários atores regionais e internacionais.
O conflito militar já causou mais de 280.000 mortes e forçou milhões de pessoas a deixar suas casas.
Ponte aéreoNo plano humanitário, o coordenador humanitário da ONU para a Síria, Yacoub El Hillo, anunciou que as Nações Unidas iniciarão em julho uma ponte aéreo entre Damasco e Qamishli, uma cidade do nordeste da Síria de maioria curda. Atualmente, essa localidade está inacessível por estrada.
Situada perto da fronteira turca, Qamishli não pôde receber ajuda por via terrestre "desde o início de 2014", explicou a porta-voz do Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU, Bettina Luescher.
A partir de julho, a ONU espera fazer chegar ajuda humanitária a 1,2 milhão de civis, que vivem em zonas sitiadas, ou de difícil acesso, anunciou o chefe de Operações Humanitárias da ONU, Stephen O'Brien, que disse ter pedido a Damasco autorização para ter acesso a 35 zonas.
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