Espanha volta às urnas com Podemos como principal alternativa ao PP de Rajoy
Madri, 24 Jun 2016 (AFP) - Os espanhóis retornarão às urnas no domingo pela segunda vez em seis meses para uma nova eleição geral que se transformou em campo de batalha entre os conservadores no poder e o partido Podemos, que poderia superar os socialistas como segunda força.
O líder do conservador Partido Popular (PP), Mariano Rajoy, no cargo desde dezembro, é apontado como vencedor e conta com a divisão da esquerda para permanecer no poder.
A campanha eleitoral termina esta semana marcada por um novo escândalo para o governo conservador, após o ministro do Interior ser acusado de instrumentalizar seus serviços para tentar desacreditar os separatistas catalães.
Este novo caso, após uma série de escândalos de corrupção envolvendo o PP nos últimos quatro ano, não desmotivou Mariano Rajoy.
Depois de três décadas alternando-se no poder, o PP e o Partido socialista PSOE se viram enfraquecidos nas eleições legislativas de dezembro. O surgimento do partido de esquerda Podemos e o do de centro-direita Ciudadanos desenhou um novo cenário político onde os pactos pós-eleitorais são essenciais.
Apesar de ter vencido, o PP perdeu a maioria absoluta e, estigmatizados pela corrupção e cortes no orçamento, não conseguiu nenhum aliado para o governo.
O PSOE (segundo) também falhou em sua tentativa de formar uma coalizão com Podemos (terceiro) e Ciudadanos (quarto), com postulados ideológicos muito distantes.
Sem outras opções, os eleitores foram chamados às urnas novamente em 26 de junho.
Podemos supera PSOEAs pesquisas apontam uma divisão entre as quatro grandes forças, mas com um novo equilíbrio na esquerda.
Podemos, agora em coligação com o pequeno partido Esquerda Unida, herdeiro do Partido Comunista, superariam em 4 pontos o PSOE e somaria mais deputados. Sua coalizão Unidos Podemos se tornaria a principal força de oposição.
O líder Podemos, Pablo Iglesias, professor de ciência política de 37 anos, é apresentado como a única alternativa para Mariano Rajoy, 61, no poder desde 2011.
O chefe de governo se apresenta como garantia de estabilidade e adverte para experiências de governos "radicais", como o de Alexis Tsipras, o primeiro-ministro grego aliado de Iglesias.
Assim como Tsipras, Podemos quer acabar com as políticas de austeridade implementadas desde a crise de 2008 e aumentar os gastos em 15 bilhões de euros anualmente.
Mas Rajoy, imperturbável, insiste em manter sua política econômica, que reduziu o desemprego de 27% em 2013 para 21% e atingiu um crescimento econômico de mais de 3% ao ano.
Dados enganosos segundo seus adversários, que recordam que a Espanha tem a segunda taxa de desemprego mais alta da União Europeia atrás da Grécia e que grande parte dos novos empregos são temporários e precários.
Nas mãos dos socialistasMesmo que em terceiro, os socialistas seriam indispensáveis para Rajoy ou Iglesias para governar.
Iglesias quer seduzi-los, mas eles não escondem a sua antipatia por um homem determinado a arrancar-lhes a liderança da esquerda e que não hesita em atacá-los.
"É um campeonato hipócrita", criticou Óscar López, um dos líderes da campanha socialista.
Além disso, a criação de uma coalizão de esquerda parece ter um obstáculo intransponível porque Iglesias prometeu realizar um referendo sobre a autodeterminação da Catalunha, inaceitável para os socialistas.
A coalizão PP-PSOE também não é do agrado dos socialistas. "Se não querem um acordo, peço que o partido político com a maioria dos votos governe o país", afira o PP.
Com uma abstenção do PSOE e Ciudadanos, Rajoy poderia governar em minoria. "É de longe o cenário mais provável", diz Paul Simon, professor de ciência política da Universidade Carlos III de Madri.
Até mesmo um membro da equipe de campanha socialista reconhece que "há mais chances de que a única solução que nos resta é abster-nos antes de governar com Podemos".
"Seria suicídio político", afirma, no entanto, o líder da coalizão Podemos na Catalunha, Xavier Domenech, que recorda o quase desaparecimento do partido socialista grego em 2012, depois de optar por um governo conservador em vez de apoiar Tsipras.
A permanência de Rajoy também não está assegurada, pois sua cabeça pode ser o preço da abstenção de Ciudadanos e PSOE. "Haverá uma enorme pressão para que deixe o poder", prevê Fernando Vallespín, cientista político da Universidade Autônoma de Madri.
O líder do conservador Partido Popular (PP), Mariano Rajoy, no cargo desde dezembro, é apontado como vencedor e conta com a divisão da esquerda para permanecer no poder.
A campanha eleitoral termina esta semana marcada por um novo escândalo para o governo conservador, após o ministro do Interior ser acusado de instrumentalizar seus serviços para tentar desacreditar os separatistas catalães.
Este novo caso, após uma série de escândalos de corrupção envolvendo o PP nos últimos quatro ano, não desmotivou Mariano Rajoy.
Depois de três décadas alternando-se no poder, o PP e o Partido socialista PSOE se viram enfraquecidos nas eleições legislativas de dezembro. O surgimento do partido de esquerda Podemos e o do de centro-direita Ciudadanos desenhou um novo cenário político onde os pactos pós-eleitorais são essenciais.
Apesar de ter vencido, o PP perdeu a maioria absoluta e, estigmatizados pela corrupção e cortes no orçamento, não conseguiu nenhum aliado para o governo.
O PSOE (segundo) também falhou em sua tentativa de formar uma coalizão com Podemos (terceiro) e Ciudadanos (quarto), com postulados ideológicos muito distantes.
Sem outras opções, os eleitores foram chamados às urnas novamente em 26 de junho.
Podemos supera PSOEAs pesquisas apontam uma divisão entre as quatro grandes forças, mas com um novo equilíbrio na esquerda.
Podemos, agora em coligação com o pequeno partido Esquerda Unida, herdeiro do Partido Comunista, superariam em 4 pontos o PSOE e somaria mais deputados. Sua coalizão Unidos Podemos se tornaria a principal força de oposição.
O líder Podemos, Pablo Iglesias, professor de ciência política de 37 anos, é apresentado como a única alternativa para Mariano Rajoy, 61, no poder desde 2011.
O chefe de governo se apresenta como garantia de estabilidade e adverte para experiências de governos "radicais", como o de Alexis Tsipras, o primeiro-ministro grego aliado de Iglesias.
Assim como Tsipras, Podemos quer acabar com as políticas de austeridade implementadas desde a crise de 2008 e aumentar os gastos em 15 bilhões de euros anualmente.
Mas Rajoy, imperturbável, insiste em manter sua política econômica, que reduziu o desemprego de 27% em 2013 para 21% e atingiu um crescimento econômico de mais de 3% ao ano.
Dados enganosos segundo seus adversários, que recordam que a Espanha tem a segunda taxa de desemprego mais alta da União Europeia atrás da Grécia e que grande parte dos novos empregos são temporários e precários.
Nas mãos dos socialistasMesmo que em terceiro, os socialistas seriam indispensáveis para Rajoy ou Iglesias para governar.
Iglesias quer seduzi-los, mas eles não escondem a sua antipatia por um homem determinado a arrancar-lhes a liderança da esquerda e que não hesita em atacá-los.
"É um campeonato hipócrita", criticou Óscar López, um dos líderes da campanha socialista.
Além disso, a criação de uma coalizão de esquerda parece ter um obstáculo intransponível porque Iglesias prometeu realizar um referendo sobre a autodeterminação da Catalunha, inaceitável para os socialistas.
A coalizão PP-PSOE também não é do agrado dos socialistas. "Se não querem um acordo, peço que o partido político com a maioria dos votos governe o país", afira o PP.
Com uma abstenção do PSOE e Ciudadanos, Rajoy poderia governar em minoria. "É de longe o cenário mais provável", diz Paul Simon, professor de ciência política da Universidade Carlos III de Madri.
Até mesmo um membro da equipe de campanha socialista reconhece que "há mais chances de que a única solução que nos resta é abster-nos antes de governar com Podemos".
"Seria suicídio político", afirma, no entanto, o líder da coalizão Podemos na Catalunha, Xavier Domenech, que recorda o quase desaparecimento do partido socialista grego em 2012, depois de optar por um governo conservador em vez de apoiar Tsipras.
A permanência de Rajoy também não está assegurada, pois sua cabeça pode ser o preço da abstenção de Ciudadanos e PSOE. "Haverá uma enorme pressão para que deixe o poder", prevê Fernando Vallespín, cientista político da Universidade Autônoma de Madri.
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