Paraguai rejeita presidência temporária da Venezuela no Mercosul
Asunción, 29 Jun 2016 (AFP) - O Paraguai rejeita a Venezuela na presidência pro tempore (temporária) do Mercosul e considera unilateral a decisão do Uruguai e da Argentina de delegar ao presidente Nicolás Maduro a liderança do bloco, anunciou nesta quarta-feira seu chanceler, Eladio Loizaga.
"Não fomos informados ainda desta decisão, mas lamentamos que o Uruguai e a Argentina tenham anunciado publicamente, sem antes informar e consultar o nosso país, passar a presidência pro tempore do Mercosul à Venezuela", disse Loizaga.
"Falei com o chanceler José Serra, do Brasil, e ele também está surpreso com esta decisão", disse a jornalistas o ministro paraguaio de Relações Exteriores.
Segundo ele, o Paraguai não aceita passar a presidência pro tempore do bloco a um país onde o governo "está buscando o fechamento de um poder de Estado através do Supremo Tribunal de Justiça, o fechamento da Assembleia Nacional, que é a voz do povo".
Dois dias atrás, o chanceler uruguaio, Rodolfo Nin Novoa, havia anunciado que seu país entregaria em julho a presidência pro tempore do bloco à Venezuela como previsto, mas acrescentou que a cúpula agendada para aquele mês seria suspensa, devido "às condições políticas particulares" que vivem Brasil e Venezuela.
O chanceler paraguaio revelou nesta quarta-feira que o governo do presidente Horacio Cartes estava em conversações com o contraparte brasileiro para que a atual presidência pro tempore uruguaia convocasse a reunião do conselho de ministros do Mercosul.
"Não podemos abrir espaço para que se repita no Mercosul impor o político sobre o jurídico", enfatizou.
Ele se referia à decisão de junho de 2012 dos presidentes Cristina Kirchner (Argentina), Dilma Rousseff (Brasil) e José Mujica (Uruguai) de suspender do bloco o Paraguai em represália à destituição do então presidente de esquerda, Fernando Lugo, através de julgamento político no Congresso.
Na mesma cúpula (em Mendoza, Argentina), na ausência do Paraguai, os chefes de Estado decidiram incluir a Venezuela com sócio pleno.
O ex-presidente uruguaio, José Mujica, disse na ocasião que "o político prima sobre o jurídico".
Segundo o chanceler paraguaio, a presidência pro tempore "tem representação jurídica e o país que a exercer deve ter totalmente as credenciais de que respeita o Estado de direito, as liberdades individuais e a livre expressão".
"Estamos preocupados com a ameaça de que a Assembleia Nacional da Venezuela possa ser fechada", reforçou.
O secretário de Estado informou que a chancelaria reiterou ao Uruguai que convoque, em caráter de urgência, o conselho do Mercosul para tratar da situação da Venezuela, no âmbito do Protocolo de Ushuaia, levando em conta que passou muito tempo desde que o pedido foi feito.
"Não fomos informados ainda desta decisão, mas lamentamos que o Uruguai e a Argentina tenham anunciado publicamente, sem antes informar e consultar o nosso país, passar a presidência pro tempore do Mercosul à Venezuela", disse Loizaga.
"Falei com o chanceler José Serra, do Brasil, e ele também está surpreso com esta decisão", disse a jornalistas o ministro paraguaio de Relações Exteriores.
Segundo ele, o Paraguai não aceita passar a presidência pro tempore do bloco a um país onde o governo "está buscando o fechamento de um poder de Estado através do Supremo Tribunal de Justiça, o fechamento da Assembleia Nacional, que é a voz do povo".
Dois dias atrás, o chanceler uruguaio, Rodolfo Nin Novoa, havia anunciado que seu país entregaria em julho a presidência pro tempore do bloco à Venezuela como previsto, mas acrescentou que a cúpula agendada para aquele mês seria suspensa, devido "às condições políticas particulares" que vivem Brasil e Venezuela.
O chanceler paraguaio revelou nesta quarta-feira que o governo do presidente Horacio Cartes estava em conversações com o contraparte brasileiro para que a atual presidência pro tempore uruguaia convocasse a reunião do conselho de ministros do Mercosul.
"Não podemos abrir espaço para que se repita no Mercosul impor o político sobre o jurídico", enfatizou.
Ele se referia à decisão de junho de 2012 dos presidentes Cristina Kirchner (Argentina), Dilma Rousseff (Brasil) e José Mujica (Uruguai) de suspender do bloco o Paraguai em represália à destituição do então presidente de esquerda, Fernando Lugo, através de julgamento político no Congresso.
Na mesma cúpula (em Mendoza, Argentina), na ausência do Paraguai, os chefes de Estado decidiram incluir a Venezuela com sócio pleno.
O ex-presidente uruguaio, José Mujica, disse na ocasião que "o político prima sobre o jurídico".
Segundo o chanceler paraguaio, a presidência pro tempore "tem representação jurídica e o país que a exercer deve ter totalmente as credenciais de que respeita o Estado de direito, as liberdades individuais e a livre expressão".
"Estamos preocupados com a ameaça de que a Assembleia Nacional da Venezuela possa ser fechada", reforçou.
O secretário de Estado informou que a chancelaria reiterou ao Uruguai que convoque, em caráter de urgência, o conselho do Mercosul para tratar da situação da Venezuela, no âmbito do Protocolo de Ushuaia, levando em conta que passou muito tempo desde que o pedido foi feito.
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