Topo

Presidentes da Aliança do Pacífico se reúnem no Chile

30/06/2016 13h39

Puerto Varas, Chile, 30 Jun 2016 (AFP) - Os presidentes do Chile, México, Peru e Colômbia se reunirão nesta sexta-feira na XI Cúpula da Aliança do Pacífico, considerado um bloco comercial "pragmático, flexível e realista", observado com interesse por cerca de cinquenta de países e em pleno diálogo com o Mercosul.

Na turística cidade chilena de Puerto Varas, em meio a lagos e vulcões nevados, os quatro países-membros discutirão como impulsionar a competitividade deste mecanismo de integração que em menos de cinco anos conseguiu liberalizar 92% de seu comercio.

"No momento em que parece reinar o desencontro e a desintegração (...) o que nós estamos fazendo é construir integração pragmática, flexível e realista", disse na quarta-feira o chanceler chileno Heraldo Muñoz, a jornalistas em Puerto Varas (1.000 km ao sul de Santiago).

Responsável por 51,4% do comércio da América Latina, a Aliança do Pacífico foi formada em abril de 2011 no Chile a fim de impulsionar o comércio regional, principalmente com os países asiáticos. Se espera que na próxima década o bloco se transforme na quarta economia que mais contribui para o crescimento mundial.

"Há muita conquista e pouca retórica, e queremos continuar com isso. Não temos uma secretaria-geral, não temos secretário-geral, não há burocracia, há ação", completou o ministro chileno.

- Argentina e Costa Rica assiste, - A cúpula dessa sexta-feira contará com a presença da presidente chilena Michelle Bachelet, e dos presidentes de Peru, Ollanta Humala; México, Enrique Peña Nieto; e Colômbia, Juan Manuel Santos. O presidente eleito do Peru, Pablo Kuczynski, também comparecerá.

A eles se somam os mandatários de dois dos 49 países observadores do bloco: o da Argentina, Mauricio Macri, e da Costa Rica, Luis Guillermo Solís, cujo país pediu formalmente a integração à Aliança.

A presença do presidente argentino em Puerto Varas é "um sinal importante" do trabalho já implementado que Aliança do Pacífico leva à frente com o Mercosul, outro bloco econômico regional integrado por Argentina, Brasil, Uruguai, Paraguai e Venezuela, segundo destacou o chanceler chileno.

Com políticas mais restritivas no que se refere à taifas, o Mercosul há anos tem tentado, sem sucesso, buscar associações com outros blocos comerciais, como a União Europeia.

Em contraposição, o rápido avanço da Aliança do Pacífico despertou o interesse de cerca de cinquenta países que se juntaram como observadores. Entre eles estão Canadá, Austrália, Espanha, Alemanha e vários asiáticos, refletindo "o êxito" do bloco, segundo destacou o chanceler chileno.

A Aliança do Pacífico conseguiu em maio liberalizar 92% do comércio, com prazos de três e sete anos para os restantes dos produtos.

Também conseguiram implementar um sistema que admite que a maioria das matérias-primas produzidas nos quatro países sejam consideradas nacionais.

"Se pode usar uma fibra feita na Colômbia, fabricar o tecido no Peru, costurar o vestido no Chile e vendê-lo no México sem pagar tarifas", exemplifica Andrés Rebolledo, diretor da Direção de Relações Econômicas Internacionais da chancelaria chilena.

"Antes isso poderia ser feito, mas pagavam-se tarifas por todos lados", acrescentou.

Com a nova norma, se espera que o comércio intrarregional entre os quatro países do bloco, que hoje chega a apenas 4%, aumente.

Prova do renovado interesse aconteceu na semana passada, quando aconteceu em Santiago uma primeira rodada de negócios da Aliança do Pacífico, em que foram concretizados acordos que somam 200 milhões de dólares.

Nesta quinta-feira em Frutillar, próxima a Puerto Varas, negócios continuam sendo fechados na Cúpula Empresarial, que conta com 600 empresários da região e com a participação de Macri.