Exército sírio prossegue com ataques apesar da trégua
Damasco, 12 Jul 2016 (AFP) - O exército sírio continua a realizar nesta terça-feira sua ofensiva contra os rebeldes, principalmente em Aleppo (norte), poucas horas despois do anúncio da extensão por três dias de uma trégua.
Em um comunicado publicado na segunda-feira à noite, as forças armadas do presidente Bashar al-Assad anunciaram que vão "prolongar por 72 horas a paralisação dos combates em todo o território sírio a partir de (terça-feira) 12 de julho às 00:01".
Esta é a segunda vez que o exército sírio prolonga esta trégua temporária anunciada na semana passada por ocasião do Eïd al-Fitr, a festa islâmica que marca o fim do mês sagrado do Ramadã.
Mas este cessar-fogo foi rapidamente desrespeitado. Desta forma, uma ofensiva do exército permitiu cortar a última rota de abastecimento dos bairros rebeldes de Allepo, a estrada Castello.
Os rebeldes responderam com uma contra-ofensiva, sem grande sucesso.
Nesta terça, os bombardeios do regime e de seu aliado russo continuavam a visar os bairros rebeldes da segunda maior cidade do país, segundo o Observatório dos Direitos Humanos (OSDH).
"Os aviões do regime e da Rússia atingem a periferia norte (de Aleppo) e o exército tomou vários imóveis em Layramoun", distrito industrial na periferia noroeste da metrópole, segundo o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahmane.
A televisão estatal síria exibiu imagens de violentos tiroteios e bombardeios em Layramoun, com soldados invadindo imóveis.
Os rebeldes utilizam Layramoun e o bairro vizinho de Bani Zeid para atirar foguetes nos setores a oeste da cidade, controlados pelo regime.
"O objetivo imediato do exército é expulsar os rebeldes (dessas áreas) para que cessem os disparos de foguetes", indicou à AFP Abdel Rahmane.
A chuva de foguetes disparados pelos rebeldes desde a semana passada fez dezenas de mortos entre os civis nos bairros da parte oeste da ex-capital econômica da Síria.
Ao mesmo tempo, os bombardeios do regime ou da Rússia em bairros de Aleppo controlados pelos insurgentes também mataram vários civis.
Segundo Abdel Rahmane, a trégua decretada pelo regime não está sendo respeitada de fato em nenhuma região do país.
"Há combates em todas as partes, Homs (centro), Hama (centro), Lattakia (noroeste) e Aleppo", informou.
Aleppo é um dos principais objetivos no conflito na Síria, que já fez mais de 280.000 mortos desde 2011 e forçou milhões de pessoas a deixar suas casas.
Com a rota de abastecimento cortada, os cerca de 200.000 habitantes dos bairros rebeldes da cidade sofrem com a escassez de alimentos e combustível há vários dias.
Neste contexto, o chefe da principal coalizão de oposição na Síria advertiu nesta terça para o risco de uma crise humanitária nas áreas controladas pelos rebeldes na cidade.
Anas al-Abdeh, chefe da Coalizão Nacional Síria (CNS) no exílio, com sede em Istambul, declarou estar "muito preocupado com o fato de a rota do Castello estar cortada. Mais de 300.000 civis vão passar fome", afirmou, acrescentando que "grande parte da assistência humanitária chega aos civis por meio desta estrada",
Ele também lamentou que os aliados do presidente Assad estão muito mais envolvidos no terreno que os partidários dos rebeldes entre os países ocidentais.
"Não vejo uma vontade política real na comunidade internacional para encontrar uma solução política na Síria", declarou à AFP.
Cerca de 600.000 sírios vivem em áreas sitiadas na Síria, principalmente pelas forças do regime. Mas os rebeldes também utilizam a mesma tática em algumas zonas.
Nesta terça-feira, a ONU expressou "profunda preocupação" com a situação em Aleppo. Enquanto os habitantes da parte rebelde da cidade dependem enormemente da chegada de ajuda humanitária, o acesso é agora "virtualmente impossível".
mjg-sah/ram/bpe/mr
Em um comunicado publicado na segunda-feira à noite, as forças armadas do presidente Bashar al-Assad anunciaram que vão "prolongar por 72 horas a paralisação dos combates em todo o território sírio a partir de (terça-feira) 12 de julho às 00:01".
Esta é a segunda vez que o exército sírio prolonga esta trégua temporária anunciada na semana passada por ocasião do Eïd al-Fitr, a festa islâmica que marca o fim do mês sagrado do Ramadã.
Mas este cessar-fogo foi rapidamente desrespeitado. Desta forma, uma ofensiva do exército permitiu cortar a última rota de abastecimento dos bairros rebeldes de Allepo, a estrada Castello.
Os rebeldes responderam com uma contra-ofensiva, sem grande sucesso.
Nesta terça, os bombardeios do regime e de seu aliado russo continuavam a visar os bairros rebeldes da segunda maior cidade do país, segundo o Observatório dos Direitos Humanos (OSDH).
"Os aviões do regime e da Rússia atingem a periferia norte (de Aleppo) e o exército tomou vários imóveis em Layramoun", distrito industrial na periferia noroeste da metrópole, segundo o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahmane.
A televisão estatal síria exibiu imagens de violentos tiroteios e bombardeios em Layramoun, com soldados invadindo imóveis.
Os rebeldes utilizam Layramoun e o bairro vizinho de Bani Zeid para atirar foguetes nos setores a oeste da cidade, controlados pelo regime.
"O objetivo imediato do exército é expulsar os rebeldes (dessas áreas) para que cessem os disparos de foguetes", indicou à AFP Abdel Rahmane.
A chuva de foguetes disparados pelos rebeldes desde a semana passada fez dezenas de mortos entre os civis nos bairros da parte oeste da ex-capital econômica da Síria.
Ao mesmo tempo, os bombardeios do regime ou da Rússia em bairros de Aleppo controlados pelos insurgentes também mataram vários civis.
Segundo Abdel Rahmane, a trégua decretada pelo regime não está sendo respeitada de fato em nenhuma região do país.
"Há combates em todas as partes, Homs (centro), Hama (centro), Lattakia (noroeste) e Aleppo", informou.
Aleppo é um dos principais objetivos no conflito na Síria, que já fez mais de 280.000 mortos desde 2011 e forçou milhões de pessoas a deixar suas casas.
Com a rota de abastecimento cortada, os cerca de 200.000 habitantes dos bairros rebeldes da cidade sofrem com a escassez de alimentos e combustível há vários dias.
Neste contexto, o chefe da principal coalizão de oposição na Síria advertiu nesta terça para o risco de uma crise humanitária nas áreas controladas pelos rebeldes na cidade.
Anas al-Abdeh, chefe da Coalizão Nacional Síria (CNS) no exílio, com sede em Istambul, declarou estar "muito preocupado com o fato de a rota do Castello estar cortada. Mais de 300.000 civis vão passar fome", afirmou, acrescentando que "grande parte da assistência humanitária chega aos civis por meio desta estrada",
Ele também lamentou que os aliados do presidente Assad estão muito mais envolvidos no terreno que os partidários dos rebeldes entre os países ocidentais.
"Não vejo uma vontade política real na comunidade internacional para encontrar uma solução política na Síria", declarou à AFP.
Cerca de 600.000 sírios vivem em áreas sitiadas na Síria, principalmente pelas forças do regime. Mas os rebeldes também utilizam a mesma tática em algumas zonas.
Nesta terça-feira, a ONU expressou "profunda preocupação" com a situação em Aleppo. Enquanto os habitantes da parte rebelde da cidade dependem enormemente da chegada de ajuda humanitária, o acesso é agora "virtualmente impossível".
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