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EUA criticam embate entre Turquia e milícias curdas apoiadas por Washington

29/08/2016 23h32

Washington, 30 Ago 2016 (AFP) - Os confrontos entre as forças turcas e as unidades de milícias curdas, apoiadas pelos Estados Unidos na Síria, são "inaceitáveis" - declarou o Pentágono nesta segunda-feira (29), pedindo a ambas as partes que se retirem.

"Pedimos a ambos os lados que não entrem em confronto um com o outro e que continuem pondo o foco em combater o Isis", afirmou o secretário americano da Defesa, Ashton Carter, referindo-se ao grupo Estado Islâmico (EI).

"Essa é a base da nossa cooperação com ambos", informou.

Na última semana, as forças turcas lançaram uma dupla operação contra o EI e contra os combatentes curdos das Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG) dentro da Síria.

Um funcionário de alto escalão do governo americano informou mais cedo que as milícias curdas apoiadas pelos Estados Unidos se retiraram para o leste do rio Eufrates, na Síria, conforme exigência do governo turco.

A Turquia havia advertido que continuaria atacando os combatentes curdos no norte da Síria, se eles não se retirassem para o leste do Eufrates. Ancara quer impedir que os curdos sírios formem um cinturão de territórios em sua fronteira. O governo alega que isso ameaçaria a segurança do país.

Falando sob a condição de anonimato, o funcionário americano consultado pela AFP disse que as milícias curdas YPG seguiram para o leste nos últimos dois dias.

"Todos os YPG estão ao leste do Eufrates", indicou.

A mesma fonte declarou, porém, que alguns curdos permanecem ao oeste do rio, mas não são parte das Unidades de Proteção do Povo Curdo.

Mais cedo, o secretário de Imprensa do Pentágono, Peter Cook, disse que a retirada das YPG ao leste havia sido feita, em larga medida.

O presidente americano, Barack Obama, se reunirá no domingo na China com seu colega turco, Recep Tayyip Erdogan, à margem da cúpula do G20, para falar em particular da situação na Síria.

A ofensiva das forcas turcas na Síria contra o grupo Estado Islâmico, que também pretende deter o avanço dos curdos sírios perto de sua fronteira, obriga Washington a manter um delicado equilíbrio entre seu aliado turco e seus sócios curdos.

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