Suu Kyi promete Estado federal em Mianmar após negociações de paz
Naypyidaw, Mianmar, 31 Ago 2016 (AFP) - A vencedora do Nobel da Paz Aung San Suu Kyi prometeu nesta quarta-feira transformar Mianmar em um Estado federal após a assinatura dos acordos de paz com vários grupos étnicos, que a líder birmanesa conseguiu reunir para negociações sem precedentes.
"Um acordo sobre o cessar-fogo será a primeira etapa para a paz, mas também para o estabelecimento da federação que esperamos há muito tempo", afirmou Aung San Suu Kyi, que acumula as funções de ministra das Relações Exteriores e conselheira especial do Estado e é, de fato, a chefe de Governo.
Suu Kyi, no poder desde as eleições celebradas no fim de 2015, tem como prioridade acabar com as guerrilhas de vários grupos étnicos e criar um Estado federal.
Vários conflitos étnicos afetam Mianmar desde sua independência do império britânico em 1948. Muitas minorias pegaram em armas para conseguir mais autonomia ante um governo que as ignorava.
"Enquanto não tivermos a capacidade de alcançar a reconciliação e a unidade nacional, não poderemos estabelecer uma federação em paz", declarou, sem revelar mais detalhes sobre a futura federação, que tem o objetivo de dar mais autonomia às regiões rebeldes.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que participa nas negociações, afirmou que esta é uma reunião "histórica" para o país, em plena transição democrática.
"A longa guerra civil acabou com muitas vidas e roubou a dignidade, a tranquilidade e a normalidade de várias gerações sucessivas", declarou em um discurso aos delegados, antes de completar: "Agora está claro que a solução não é militar".
Aung San Suu Kyi fez um apelo aos grupos rebeldes contrários à assinatura do acordo de paz anterior, muito criticado, com o governo de transição precedente, para que se unam ao movimento.
"Apenas com nosso país em paz poderemos estar em igualdade com os outros países da região e do mundo", insistiu.
- Impacto econômico -Mianmar está em pleno desenvolvimento econômico após décadas de governo militar, mas as regiões rebeldes do norte e leste do país, com abundantes recursos naturais, permanecem fora do controle do governo central.
Quase 700 representantes dos grupos rebeldes aceitaram comparecer nesta quarta-feira a Naypyidaw, a capital administrativa do país, para negociações que devem prosseguir até o fim de semana. Uma nova rodada de diálogo está prevista para acontecer dentro de seis meses.
Muitos participantes expressaram, no entanto, poucas esperanças de um acordo nas primeiras negociações.
Dezessete grupos rebeldes comparecem ao encontro, mas várias organizações importantes, como os Kachin e os Shan, se negaram a participar nas conversações.
Os rebeldes acusaram o exército de ter executado na terça-feira ataques nas regiões Shan e Kachin, o que é considerado um obstáculo para o diálogo, ao mesmo tempo que o governo esperava estabilizar a situação antes da conferência de paz.
Ao mesmo tempo, Khua Uk Lian, representante da Frente Nacional Chin, aceitou participar nas negociações, apesar de seu grupo não ter assinado o acordo de paz com o governo anterior.
hla-cah-dth/fp
"Um acordo sobre o cessar-fogo será a primeira etapa para a paz, mas também para o estabelecimento da federação que esperamos há muito tempo", afirmou Aung San Suu Kyi, que acumula as funções de ministra das Relações Exteriores e conselheira especial do Estado e é, de fato, a chefe de Governo.
Suu Kyi, no poder desde as eleições celebradas no fim de 2015, tem como prioridade acabar com as guerrilhas de vários grupos étnicos e criar um Estado federal.
Vários conflitos étnicos afetam Mianmar desde sua independência do império britânico em 1948. Muitas minorias pegaram em armas para conseguir mais autonomia ante um governo que as ignorava.
"Enquanto não tivermos a capacidade de alcançar a reconciliação e a unidade nacional, não poderemos estabelecer uma federação em paz", declarou, sem revelar mais detalhes sobre a futura federação, que tem o objetivo de dar mais autonomia às regiões rebeldes.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que participa nas negociações, afirmou que esta é uma reunião "histórica" para o país, em plena transição democrática.
"A longa guerra civil acabou com muitas vidas e roubou a dignidade, a tranquilidade e a normalidade de várias gerações sucessivas", declarou em um discurso aos delegados, antes de completar: "Agora está claro que a solução não é militar".
Aung San Suu Kyi fez um apelo aos grupos rebeldes contrários à assinatura do acordo de paz anterior, muito criticado, com o governo de transição precedente, para que se unam ao movimento.
"Apenas com nosso país em paz poderemos estar em igualdade com os outros países da região e do mundo", insistiu.
- Impacto econômico -Mianmar está em pleno desenvolvimento econômico após décadas de governo militar, mas as regiões rebeldes do norte e leste do país, com abundantes recursos naturais, permanecem fora do controle do governo central.
Quase 700 representantes dos grupos rebeldes aceitaram comparecer nesta quarta-feira a Naypyidaw, a capital administrativa do país, para negociações que devem prosseguir até o fim de semana. Uma nova rodada de diálogo está prevista para acontecer dentro de seis meses.
Muitos participantes expressaram, no entanto, poucas esperanças de um acordo nas primeiras negociações.
Dezessete grupos rebeldes comparecem ao encontro, mas várias organizações importantes, como os Kachin e os Shan, se negaram a participar nas conversações.
Os rebeldes acusaram o exército de ter executado na terça-feira ataques nas regiões Shan e Kachin, o que é considerado um obstáculo para o diálogo, ao mesmo tempo que o governo esperava estabilizar a situação antes da conferência de paz.
Ao mesmo tempo, Khua Uk Lian, representante da Frente Nacional Chin, aceitou participar nas negociações, apesar de seu grupo não ter assinado o acordo de paz com o governo anterior.
hla-cah-dth/fp
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.